Com 87 anos de idade e sinônimo de categoria quando se trata de cidra, a Cereser, uma das mais tradicionais empresas brasileiras de bebidas, passa a investir com maior ênfase no segmento de vinhos finos e espumantes. O mercado já tinha sua participação desde 2004, porém de forma experimental e praticamente nula em market share. Agora, a empresa investe R$ 2,5 milhões e firma parceria com a Cooperativa Vinícola São João, de Farroupilha (RS), para ganhar representatividade no segmento.
“Somos líderes no mercado de cidras e também temos presença forte entre os vinhos de mesa. Agora, com esse investimento e a parceria, queremos desenvolver bem esse modelo de negócios baseado nos vinhos finos e nos espumantes”, ressalta José Fontelles, diretor de marketing da Cereser. “Estamos acompanhando um movimento da economia, uma mudança de hábito do consumidor, que nos gera novas oportunidades. Ele está se acostumando a consumir esse tipo de bebidas. Portanto, pretendemos tanto receber aqueles que migram dos outros produtos que oferecemos para esses, quanto atingir um novo público”, complementa.
O investimento milionário corresponde à aquisição de uma linha de produção vinda da Itália e instalada na Serra Gaúcha, aperfeiçoando o trabalho já realizado anteriormente pela Vinícola São João. “Estamos unindo o maior patrimônio da Cereser, que é sua força de distribuição e presença nacional, com o da Cooperativa, especialista no cultivo da uva, na elaboração e no envase do vinho”, pontua Fontelles.
Marca diferenciada
Para abrigar os novos produtos, a Cereser adotou a marca Massimiliano, já utilizada anteriormente na antiga linha de vinhos finos da empresa e agora, ganhando maior relevância. Inicialmente, não haverá nenhuma relação direta da marca-mãe com a recém-reformulada. “O mercado de bebidas alcoólicas é um pouco diferente. Para empresas de alimentos, por exemplo, é muito positivo abrigar várias marcas dentro de uma maior. Nele, já não funciona tão bem – tanto que você não vê uma marca de uísque lançando uma vodca com mesmo nome, ou vice-versa”, analisa Edgar Galbiatti, gerente de marketing da Cereser.
A família Massimiliano nasce com sete produtos, sendo dois vinhos brancos: Varietal Chardonnay e Assemblage Riesling Semillon; dois tintos: Varietal Cabernet Sauvignon e Assemblage Cabernet Merlot; e três espumantes: Brut Charmat, Demi-sec e Moscatel. Os valores devem variar entre R$ 10, para um dos vinhos, e R$ 25, para os espumantes. A distribuição começa em setembro, visando as festas de fim de ano, mas a divulgação em mídia deve acontecer apenas após um período de maturação dos produtos nas gôndolas.
De acordo com Fontelles, a fatia ocupada pela comercialização de cidras se mantém como carro-chefe da empresa, correspondendo entre 40% e 45% do faturamento total. Já a divisão de vinhos, até então dominada pelos rótulos de mesa, constitui uma fatia entre 20% e 25% do bolo. “Esperamos que, em dois anos, os vinhos finos sejam 25% dentro da divisão geral de vinhos, algo em torno de 7% do total da companhia”. Para 2013, o executivo projeta um crescimento entre 5% e 6% no segmento de cidra e entre 8% e 10% para o de vinhos – já influenciado pela presença da Massimiliano no ponto de venda.