A Cheil Brasil se antecipou às incertezas de fim de ano e iniciou uma série de ações que tem como objetivo o controle de despesas. A decisão acarretou na mudança da sede da agência, em São Paulo, da região da Berrini para o bairro da Vila Olímpia, e gerou de imediato cortes consideráveis na equipe da agência. O mais significativo é no cargo mais alto da criação, que perde esta semana seu vice-presidente, Augusto Moya. O profissional estava na função desde fevereiro, quando a Cheil iniciou uma revisão de todos os seus cargos de liderança.
Junto com Moya, à época, chegou Fernando Barros, atualmente diretor geral e executivo da operação. Algumas semanas depois, a agência anunciou também Marcio Beauclair, como diretor de planejamento, e Alessandre Siano, como diretor de mídia. Outro nome de peso na liderança era Luis Lui, que atuava como coo (chief operating officer) e deixou a Cheil em julho para assumir, neste mês, a direção de atendimento da Publicis.
Além do vp de criação, mais nomes do departamento e de outras áreas, como atendimento, também não estrearão o novo escritório da agência. Segundo fontes do propmark, cerca de 10 pessoas deixam de dar expediente na agência até o fim desta semana, com um total aproximado de 50 pessoas remanescentes na operação.
De acordo com Barros, a reestruturação tem como meta enxugar não só gastos, mas uma estrutura que estava além do necessário e funcional. “É uma reorganização completa da agência, tanto do ponto de vista financeiro, pensando em 2013, como de formato. Ninguém que saiu teve como motivo um mau trabalho, mas sim uma redução para mais eficiência operacional e financeira. Neste período do ano, os clientes definem verba, modelos de remuneração, então eu me antecipei e coloquei em prática mudanças que julgamos necessárias”, explica o diretor geral.
Segundo o executivo, as mudanças preparam a agência para “um ano difícil”, mas que não deve trazer surpresas negativas para a Cheil. “Não há pressão de fora, nem de clientes. Não é esse o motivo. Depois da saída da CNA de nossa carteira (conquistada pela Giovanni+Draftfcb em setembro, após concorrência), as perspectivas são de melhorar ou, na pior das hipóteses, ficar no mesmo patamar. Resolvemos um inchaço percebido depois de avaliarmos que podemos melhorar com um outro tipo de organização”, diz Barros.
O diretor geral diz que já tem planos definidos para a estrutura ideal após a adequação, a serem revelados nas próximas semanas. Sem adiantar se aproveitará de talentos internos ou se já busca um substituto para liderar a criação no mercado, Barros indica que manterá, após as saídas, o contingente muito semelhante ao atual.
Reestruturações
De origem sul-coreana, a Cheil chegou ao Brasil em 2003 para atuar exclusivamente como house da Samsung, conta atendida globalmente pela rede. Em 2009, iniciou um projeto que tinha como meta transformá-la em uma agência preparada para atender mais clientes, de todos os segmentos e portes.
De lá para cá, uma série de reformulações foram realizadas, incluindo passagens dos profissionais Alessandro Cassulino como vp de criação, Luis Lui como coo e até do coreano Mateo Park, que presidiu a operação brasileira até a chegada de Barros para função semelhante, quando passou a se dedicar ao comando da rede na América Latina.
Além de Samsung, integram o portfólio da Cheil atualmente marcas como Bio Ritmo, Shopping Vila Olímpia, Hankook e VIP.