João Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat e presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), lançou na noite desta quarta-feira (6), em São Paulo, o livro “A inovação em discursos publicitários: comunicação, semiótica e marketing”. A obra é fruto do trabalho de doutorado do executivo no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC-SP.
“Eu não sou escritor, nem acadêmico. Eu só voltei para a universidade para tentar resolver uma série de questões que eu não estava dando conta sozinho – questões essas sobre o meu trabalho. Então esse livro, apesar de tratar de semiótica, não abandona o marketing, mas sim bebe em outras fontes para auxiliar no marketing”, disse Ciaco.
Para o autor, a obra pode auxiliar profissionais a entender processos de como lidar com marcas em um ambiente tão complexo e entender valores que não são tangíveis. “E é interessante que no livro eu acabo entrando no meu dia-a-dia, quando falo das questões do mercado de automóveis. Aliás, posso dizer que este é sim um livro sobre o meu dia-dia”, afirma.
Em relação à inovação, tema da obra, Ciaco diz que não é o aspecto mais importante que deve ser buscado no mundo contemporâneo. “Isso quando falamos de inovação em termos materiais – na engenharia, na física. Mas sim a inovação como uma releitura do discurso. Pego como exemplo o novo Palio. No aspecto físico ele nem á tão diferente do modelo anterior. Porém, o que importa, principalmente, não é o que mudou no modelo, mas sim como construir esse sentido do novo e como esse novo pode reescrever as suas relações com os consumidores”, explica. “E é isso que o livro busca. Por meio da semiótica mostrar como esses valores são agregados no discurso”, completa.
Ciaco lembra que o consumidor mudou a maneira de comprar qualquer tipo de produto – inclusive automóveis. “Hoje, 88% das pessoas que vão comprar um carro entram na internet para pesquisar antes de ir ao ponto-de-venda. Portanto, se não conseguir estabelecer uma relação muito sólida no online, não iremos levar os consumidores para os nossos concessionários”, diz, revelando que outra mudança é que hoje 42% das pessoas que compram o carro – “que assinam efetivamente o cheque”, ressalta – são mulheres. “Por isso também temos que desenvolver produtos que fazem sentido para ela. E a indústria brasileira está fazendo isso muito bem”, afirma. “As minhas inquietações não acabam neste livro”, finaliza Ciaco, dando a entender que esta é a primeira de outras obras.