Produtores e criativos reúnem-se a partir desta segunda-feira (5) em Buenos Aires, na Argentina, para a terceira edição do festival Ciclope, criado em 2010 para reconhecer a produção publicitária e servir como um centro de discussões sobre a indústria. O festival acontece no distrito de Palermo e terá atividades até quinta-feira (8), com workshops, seminários e painéis liderados por profissionais de América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia.
Chris O’Reilly, um dos fundadores da premiada produtora Nexus, falará sobre como storytelling, design e tecnologia fundem-se para criar um trabalho premiado. A Nexus arrematou os Grands Prix de Film e de Integrated no Cannes Lions deste ano pela animação “Back to start”, criada pela Creative Artists para a rede de comida mexicana Chipotle. Também se destacam as participações da The Mill, responsável pela pós-produção de projetos como “Write the future”, da W+K Amsterdam para Nike, e “Gigante”, da Neogama/BBH para a Johnny Walker; e da premiada produtora londrina Framestore, vencedora do Oscar em 2008 na categoria de efeitos especiais com o filme “A bússola de ouro” (“The golden compass”). Roopak Saluja, ceo da produtora indiana Bang Bang Films, trará as rápidas mudanças do mercado publicitário indiano com a apresentação “Incrível Índia: caos, maneirismos e contrastes”.
Do lado das agências, Duon Evans, diretor executivo de criação da AKQA London, falará sobre produções em tempos digitais. A rede BBDO irá reunir profissionais de seus escritórios internacionais para responder a pergunta: como a publicidade pode ser uma grande produção ou um trabalho de péssima qualidade.
A presença de brasileiros, que no ano passado foi tímida, ganhou reforços em 2012. Das produtoras, estão Alex Mehedff (Hungry Man), Gabriel Nóbrega (Vetor Zero/The Roof), Jarbas Agnelli (ADStudio) e Rodrigo Meirelles (O2 Filmes). Representa as agências do país Marco Bezerra, vice-presidente de criação da DM9Sul. Os participantes João Daniel Tikhomiroff, chairman da Mixer, e Karin Stuckenschmidt, produtora executiva da Filmplanet, anunciados no final de agosto, cancelaram sua ida ao evento. O motivo é a incompatibilidade de agendas, informaram.
O Brasil também é o responsável pelo filme de abertura do Ciclope, produzido pela Vetor Zero/Lobo. O resultado é um projeto inteiro em live action, que simula um oceano com seres feitos de bexigas e bichos de pelúcia.
Networking
Um dos aspectos inéditos desta edição são os eventos que colocam os profissionais em contato. O “Fresh Market”, que irá reunir diretores de TV e produtores, promete ser uma boa opção para as companhias de produção apresentarem seus trabalhos mais recentes. O painel “Entendendo a América Latina” irá reunir produtores executivos e diretores de Colômbia, México, Uruguai e Brasil para um debate sobre as principais oportunidades e dificuldades de se trabalhar na região.
Áreas
O Ciclope anunciou uma nova área de premiação em 2012 em digital, que premiará aplicativos, filmes interativos e mídia social. Além dela, os trabalhos são analisados nas categorias live action (efeitos especiais, direção e edição), specials (branded content, novos talentos, orçamento baixo) sound (música original, música adaptada, design de som) e animação (2D, 3D, motion graphics, stop motion e character design). Segundo a organização, 500 trabalhos foram inscritos neste ano.
O júri vai definir os cases vencedores, divididos entre Grand Prix, ouro, prata e bronze. Em 2011, algumas das produtoras premiadas foram The Mill, Smuggler, RSA, MJZ e Framestore.