O hiato de dois anos acordado com o Banco Itaú para a utilização compartilhada da marca Credicard se encerra na passagem de 2008 para 2009. No ano novo apenas o Citibank tem direito sobre o ativo e tem planos audaciosos para o Credicard Citi, negócio que dobrou de tamanho nos últimos 24 meses quando saiu de 3,2 milhões para mais de seis milhões de clientes. A Publicis Brasil, que lançou no início deste mês de dezembro a campanha multidisciplinar “O melhor da vida passa por aqui”, vai administrar a parte de mídia do orçamento anual de R$ 200 milhões reservados para a área de marketing.
“Inicialmente vamos ser cautelosos mesmo porque no primeiro semestre do próximo ano haverá retração parcial de consumo e opção pelo conservadorismo. Por esta razão, nossos investimentos em marketing ficarão concentrados em ações de relacionamento. O CRM (Customer Relationship Management) vai absorver mais de 60% do nosso orçamento de marketing. A prioridade é a manutenção da carteira e só depois pensar em crescimento”, afirmou Leonel Andrade, presidente do Credicard Citi.
Andrade reconhece que a crise internacional, a qual o Citibank é um dos principais protagonistas, vai impactar a operação brasileira do grupo financeiro. “Porém, não será algo dramático porque o Brasil tem desempenho destacado no universo Citibank e a intenção é manter esse status intacto”, ponderou o executivo que prevê diminuição das vendas no primeiro trimestre e, conseqüentemente, do crédito que é a essência do Credicard Citi. Com esse cenário, ele acredita que o mercado ficará mais promocional.
Participar da Super Casas Bahia pelo segundo ano consecutivo é uma senha para o Credicard Citi e os demais cartões (Citi e Diners Club International) se aproximarem das classes C/D? A resposta de Andrade é sim. Segundo ele, 6% do faturamento do Credicard Citi em dezembro de 2007 foram assegurados na mega loja sazonal da rede Bahia. “As classes C/D são muito importantes em qualquer plano de negócios. Temos seis milhões de clientes, muitos nessas categorias de consumo mais populares. É claro que o perfil das Casas Bahia é mais C/D, mas vi muita gente A/B fazendo compras por lá. Ninguém resiste a um bom preço”, disse.
Como relacionamento é prioridade na agenda de marketing, Andrade está investindo para que o sistema de call center esteja adequado ao novo marco legal que recomenda atendimento em no máximo um minuto. As novas normas estão em vigor há duas semanas. “Um jornal nos avaliou muito bem, outro não. É o princípio. A mudança não será automática, mas o Credicard Citi está bem avançado. O call center é chave na nossa operação. São informações que chegam e logo são depuradas. O cartão é um produto que é dependente da qualidade, como toda prestação de serviços. Temos essa consciência independentemente da lei. Nosso maior juiz é o cliente e é nele que destinamos nosso foco”, justificou Andrade. O named right Credicard Hall será mantido com a Time 4 Fun será mantido. O contrato das vendas antecipadas de ingressos vence em 2009, mas Andrade afirma que vai exercer a preferência de renovação.
Estruturar planos mercadológicos em um cenário de crise como a atual, especialmente para o setor bancário que absorve sintomaticamente os sintomas, requer mais foco. “É hora de errar pouco e de não perder clientes. Temos que ser criativos e fazer a diferença com inovação que é o elemento que vai chamar a atenção do cliente. É bom ficar atento porque em época de crise é oportunidade para roubar clientes”, finalizou.
por Paulo Macedo