A comissão de negociação do Clube dos 13, entidade corporativa que representa os interesses dos clubes de futebol do País está na reta final de negociações com as principais emissoras de televisão aberta do País para definir os requisitos que garantirão o direito de transmissão dos campeonatos brasileiros de 2012 a 2014.
O clima é tenso na Rede Globo, que pode perder a transmissão, independente do longo histórico de parceira do campeonato, especialmente nos tempos de vacas magras. Mas o item fidelização não está na pauta, afinal os dirigentes dobraram a cota mínima, por ano, para R$ 500 milhões. No contrato atual, a Globo paga R$ 250 milhões por temporada pelos direitos de transmissão para a TV aberta e cerca de R$ 600 milhões para TV por assinatura, rádio, internet e pay-per-view. Fontes do mercado dizem que a Globo não deve participar do leilão que o Clube dos 13 vai patrocinar para definir quem vai transmitir o Brasileirão.
A arrecadação da Rede Globo com o futebol é cerca de R$ 1 bilhão por ano. Cada cota para 2011 custou a Vivo, Coca-Cola, AmBev (cervejas), Banco Itaú, Casas Bahia e Volkswagen R$ 134 milhões. O Top de 5 segundos ficou com a Olympikus por R$ 43 milhões.
Caso perca o Brasileirão, a Rede Globo já tem opção na manga. Ela é dona dos direitos de transmissão da Champions League, uma verdadeira liga mundial de clubes sem participação de representantes do Brasil e Argentina. Além da Champions League, tem os direitos da Copa do Brasil, campeonatos regionais, Copa Libertadores da América e os jogos da Seleção Brasileira.
Edital
Formada pelos presidentes do Santos, Atlético Mineiro, Bota Fogo, Bahia e o diretor executivo da entidade, Ataíde Gil Guerreiro, a comissão está se reunido todos os dias dessa semana, “e até tarde da noite”, na expressão da fonte do propmark, com representantes da Rede Globo, Record e Rede TV! e dos portais Terra, IG, e UOL que já sinalizaram interesse na cobertura on line.
Trata-se da rodada final, pois o edital de licitação para a cobertura será apresentado na próxima semana. Segundo fonte do propmark, a Rede Globo não desfrutará de privilégios, já que os clubes estão engajados nesse processo concorrencial. A posição de seus dirigentes é de que o produto campeonato tem condição de valorização significativa e eles não estão dispostos a ceder, mesmo sem terem estipulado qual o montante esperam faturar com a venda das cotas.
As conversas dos presidentes com os executivos das mídias abordam as condições e requisitos técnicos e não diferem muito da estrutura oferecida pela Rede Globo em termos de audiência e quantidade de retransmissoras em todo o País para TVs abertas. Para o online, é a capacidade para suportar grande número de acessos, fotos e vídeos nas transmissões que conta.
Mesmo assim, se o veículo atender a todos os requisitos, porém oferecer valor menor para sua cota e tipo de transmissão, perderá a concorrência. O modelo da licitação vem sendo debatido desde o final de 2010, depois de uma longa pesquisa de instituições como a Fundação Getúlio Vargas para levantar a forma como as ligas de cada país trabalham a comercialização de mídia.
por Perla Rossetti
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