urante muitos anos, o porco não estava com nada. Prato básico na comida brasileira, forte em algumas regiões do país, mas disputava uma espécie de campeonato de segunda divisão, como aconteceu com o clube que leva sua denominação, e duas vezes nos últimos anos: o Palmeiras.
Quando começaram as churrascarias no formato de rodízio, as costelinhas de porco ganharam uma posição de destaque, mas, e ainda, coadjuvantes. Nos primeiros anos, prevaleceu a picanha sangrando. Depois, o cupim; e, mais adiante, a costela de vaca. De qualquer maneira, um primeiro alento à criação de suínos em nosso país.
A glória das costelinhas só aconteceu e se consolidou recentemente, com a chegada do “casual dinner” ao Brasil, leia-se, em especial, Outback e Applebee’s. Tornou-se um hábito de milhares de famílias brasileiras frequentar essas e outras redes para a agora tradicional costelinha de porco do final de semana. Não a tradicional costelinha. A costelinha com molho barbecue!
“O BBQ sauce”, uma espécie de “levanta e anda”, ressuscitação das costelinhas. De origem americana, molho supostamente usado pelos nativos de Yacatan, na época do descobrimento, designava uma espécie de preparo de carnes – assada em brasa e em um buraco aberto no chão. E também BBQ, abreviatura de “barbe à queue” (rés inteira assada no espeto pelos franceses), quando se ia pincelando a carne com um molho agridoce durante todo o processo, e depois também levado à mesa para ser consumido com a carne, ao gosto de cada comensal.
Assim e agora, o consumo e a produção de suínos crescem e prosperam em nosso país, e o macarrão da mama e outras iguarias hoje dão lugar à costelinha com molho barbecue no almoço de domingo de muitas famílias.
Veja São Paulo decidiu ir à forra e comparou as duas costelinhas que lideram o ranking das preferências: a do Outback e do Applebee´s, em reportagem assinada por Helena Galante. Façam suas apostas, “costelinheiros” de plantão.
Helena e a Vejinha compararam o ritual completo. Segundo a revista, o preço é praticamente o mesmo nas duas redes. Diz Helena, “os preços são tão similares que a escolha acaba sempre tendo um fundo afetivo. Tem gente que ama o Outback e não troca por nada. Tem também o #timeapplebee´s, disposto a convencer os amigos a ficar…”.
Mas vamos à luta. 1º Round, Couvert: Outback 1 x Applebee´s 0. No segundo não existe couvert. No primeiro existe e é cortesia, pão australiano com manteiga batida. 2º Round, Atendimento: deu empate, 1×1. 3º Round, Salão: a decoração do Applebee´s é mais clean e levou vantagem. 4º Round, As Cebolas: a do Outback, Bloomin´ Onion, já se tornou um clássico e massacra a do Applebee´s. 5º Round, Saladinha Ceasar: empate técnico. 6º Round, Preço: empate técnico, R$ 50,90 a R$ 49,95. 7º Round, Tamanho da Porção: Outback, dez costelinhas, e Applebee´s, seis. E na Sobremesa também deu Outback, ou seja, placar final, Outback 5 x Applebee´s 2.
Independente de você concordar ou não com o resultado – não importa – o relevante é que com a chegada do casual dinner no Brasil, muito especialmente com essas duas redes, o porco, finalmente, e sua costela, invadem o palco e protagonizam seu momento de glória. Já era tempo. Para uma carne que durante anos se dizia fazer mal!
*Consultor de marketing, sócio e presidente da MadiaMundoMarketing