A Mixer reestruturou a sua área de conteúdo em três núcleos para dar conta da demanda por projetos de audiovisual, vinda principalmente de canais fechados. A casa estima que o segmento de conteúdo interno cresça entre 40% e 50% nos próximos anos.
Os projetos agora são agrupados em Documentários e Factuais, núcleo dirigido por Rodrigo Astiz; Animação, sob a coordenação de Ronaldo Marquesini; e Dramaturgia, dirigido por Marília Toledo, que tem uma longa carreira de roteirista na área de ficção e chegou à produtora há dois meses. Entre seus trabalhos mais recentes, estão o roteiro da primeira e segunda temporada de “Sessão de terapia”, do GNT, e o do programa “Marcas da vida”, da Record.
Marília coordenará a produção de longas-metragens, webséries, séries ou novelas, tanto para marcas quanto para canais fechados. “Está havendo uma triangulação entre clientes, agências e produtoras, relacionada à preocupação dos diretores de marketing de desenvolver conteúdo proprietário. É um círculo virtuoso para a cadeia, puxado pelos canais fechados, que têm demandado mais conteúdo nacional”, observa Hugo Janeba, CEO da Mixer.
Um dos trabalhos recentes da produtora nesse sentido é a série “Agora, sim”, que estreou no final de setembro na Sony. Marcas como Visa, Volkswagen e Natura fazem parte do roteiro da sitcom. “Queremos fazer dramaturgia que seja interessante. O ponto de partida pode ser a marca, mas o conteúdo é construído de forma que não soe como uma assinatura publicitária”, observa Marília. Janeba diz que as marcas estão mais confiantes em projetos pouco convencionais. “Mais de 40% das peças de Craft no Cannes Lions deste ano tinham mais de 4 minutos de duração. Isso mostra que as marcas estão trabalhando em formatos alternativos”, indica. “O mercado está aquecido, há busca forte por séries”, completa Marília.
Os outros núcleos têm menor integração com publicidade. Documentários, por exemplo, têm a Discovery como principal cliente. Já o núcleo de Animação está criando a segunda temporada de o “Sítio do picapau amarelo”, um trabalho extenso. “Esse é o nosso tripé de conteúdo e é ele que tem nos dado sustentação para tocar os projetos”, resume Janeba. Além dessa área, a Mixer tem o setor de publicidade, que ainda é de onde vem a maior parte do faturamento da companhia.