Marina Silva foi uma das debatedoras no comitê sobre sustentabilidade

 

O papel dos meios de comunicação em informar sobre os problemas climáticos e sociais que o mundo vive hoje foi um dos pontos centrais do debate da comissão “Sustentabilidade e comunicação”, realizada na manha desta terça-feira (29), durante o V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação. O painel trouxe a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que lembrou sobre a necessidade da criação de novas políticas públicas para enfrentar o problema do clima e sobre a demanda das pessoas por uma agenda nova para o tema. Ela ressaltou ainda a importância da internet no processo. “Os meios de comunicação têm uma enorme contribuição a dar, ao tornar visíveis os fatos para as pessoas. É uma grande responsabilidade como mediadores, educadores. E com a internet está surgindo o ativismo autoral, responsável por movimentos como o ‘Veta, Dilma’ e a Primavera Árabe. Estamos vivendo com a internet uma democracia prospectiva, com bilhões de seres humanos se expressando por meio das redes”, definiu Marina.

O presidente executivo da Abril, Fábio Barbosa, destacou que a conscientização é o caminho, sendo que a responsabilidade é de todos e que os jovens lideram esse movimento. “Não adianta falar de uma coisa e não fazer na prática. Isso vai cair na rede. Pesquisas mostram que os jovens estão muito mais envolvidos com o tema. A sustentabilidade entra na pauta dos consumidores de forma nunca vista antes”, disse. Ele destacou também que a sustentabilidade já está associada à trajetória de crescimento e renovação de grandes empresas, “que dão certo, fazendo a coisa certa”.

Definindo o momento como de grande perplexidade e lembrando que sustentabilidade não pode ser utilizada como uma palavra banal, o jornalista André Trigueiro, da Rede Globo, comentou que a mídia em geral precisa perceber outra dimensão da notícia dentro do contexto ambiental, para além das catástrofes ambientais, e destacou a era da democratização dos meios. “Existe uma pegada importante que não necessariamente está atrelada a tragédias naturais. Há uma boa dimensão de notícias no mundo. Estamos vivendo uma democratização dos meios. Essa rede está definindo os caminhos da sustentabilidade”, reforçou.

O presidente da comissão, José Carlos de Salles Gomes Neto, do Grupo M&M, apresentou as teses levantadas e que serão aprovadas em plenárias. A primeira delas é a criação de uma campanha anual de engajamento com mudança de tema a cada ano. Em segundo lugar, o endosso e a recomendação como referência para o mercado dos Indicadores de Sustentabilidade para a Indústria da Comunicação, elaborados por Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e ESPM. Por fim, a formação de um grupo de trabalho para estimular e disseminar boas práticas de comunicação com foco em sustentabilidade.