O reconhecimento do lado humano é a identidade da i-Cherry. A IA virou um copiloto das decisões. São as relações que fazem um negócio.

A martech i-Cherry, baseada em Curitiba (PR), nasceu em 2008 como uma spin-off da agência Mirum e apenas dois anos depois foi adquirida pelo grupo WPP. O conhecimento do mundo digital não seduziu só os ingleses. Americanas, TIM, Fluency, Hering, Estée Lauder Company, CVC, Embraer, OLX, Ipiranga, Kabum e Arezzo US são clientes que hoje confiam na agência para elevar a maturidade no uso de dados no Brasil.

“Com dados organizados, buscamos rentabilidade por meio de novos negócios, e maneiras de transformar empresas em publishers de mídia”, confere Adriano Nadalin, CEO da i-Cherry. Com cerca de 150 pessoas, a agência instalada no edifício Barigui Business Center trabalha lado a lado com os parceiros dos clientes. “O nosso papel  é entender a tecnologia, dados, mídia e oportunidades que se desdobram”, define Nadalin.

Mas o pensamento colaborativo começa dentro de casa. Colocadas no centro do negócio, as pessoas dividem aprendizados, puxando o processo de evolução. Para Nadalin, mesmo a inteligência artificial precisa da interação humana para que todo o seu potencial possa ser aproveitado. “Acredito na inteligência artificial como copiloto das decisões. São as relações que fazem um negócio. O reconhecimento do lado humano é a identidade da i-Cherry”, pontua o executivo.

Operação situada no edifício Barigui Business Center, em Curitiba (PR), abriga cerca de 150 colaboradores que utilizam a tecnologia para gerar novas oportunidades de negócios (Alê Oliveira)

A valorização dos profissionais encontra na gestão operacional um modelo fluido. Células multidisciplinares dedicadas a clientes ou especialidades otimizam a dinâmica de trabalho e a verba do cliente, minimizando desperdícios e empacotando soluções em prol da efetividade.

Com processos e metodologia definidos, essa estrutura também ajuda a i-Cherry a se integrar aos parceiros dos clientes. “Como especialistas, a nossa parte tem de estar muito bem resolvida para que o cliente possa seguir com os demais parceiros que achar mais adequados.”

Operação
Fazer com que essa máquina funcione é um desafio diário. “Temos áreas muito especialistas que, em uma tendência natural, podem se descolar. O papel de uma operação consistente é fazer com que essa cola aconteça de forma que o cliente perceba uma unidade”, revela a diretora de operações Mell Azevedo.

Adriano Nadalin, CEO da i-Cherry: maturidade digital (Alê Oliveira)

Da engenharia de dados à mídia, os processos poupam a energia dos talentos, mantendo-os motivados. Integração com metodologia para escalar e automatizar processos é a base para libertar as habilidades de equipes dedicadas a pensar no negócio do cliente.

Metas são roteirizadas em conjunto e a confiança nas lideranças é fundamental para inspirar resultados, seja na busca por inovações ou para aprimorar o fluxo operacional. “Acima de tudo, as pessoas precisam querer trabalhar integradas”, ratifica Mell. A postura colaborativa vai além do dia a dia. A agência revisita experiências a cada três meses para abrir chances de se trabalhar com novos colegas e projetos.

A entrega integral é conciliada com a busca por excelência técnica estendida a clientes do grupo WPP. Uma das agências mais diplomadas do mercado, a i-Cherry soma mais de mil certificações individuais, obtidas entre as principais plataformas do mercado.

“Não somos nós dizendo que somos especialistas. É o Google atestando que temos as melhores ferramentas para gerir estratégias digitais”, cita Mell. A i-Cherry é parceira credenciada do Google para Google Cloud e GMP Enterprise e para revenda de plataformas como DV360, SA360, CM360 e GA4 (Google Analytics 4), além de projetos avançados em cloud. Também é validada pela Meta nas categorias mídia e marketing science.

Visão
Respeito à legislação e brand safety permeiam a atuação. “Temos auditorias para segurança da informação e privacidade, além de estar antenados às melhores práticas para antecipar mudanças”, sinaliza Alexandre Kavinski, fundador da agência ao lado de Guilherme Gomide.

Hoje chief marketing officer (CMO) da i-Cherry e Mirum, Kavinski ainda preside os comitês de privacidade e de gestão de dados e audiências do Interactive Advertising Bureau (IAB) e participa do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

Alexandre Kavinski, fundador e CMO: apenas 1% dos clientes são, de fato, data-driven (Alê Oliveira)

Um dos primeiros profissionais a trabalhar com search engine optimization (SEO) no Brasil, o executivo lembra que a chegada dos buscadores foi uma revolução na mídia, até então vendida por CPM, enquanto o Google trazia o modelo de leilão, reduzindo custos e prometendo mais eficiência. “Foi aí que surgiu a concepção da i-Cherry, de trabalhar com buscadores”, recorda Kavinski.

Hoje, o desafio é evidenciar a marca e diferenciais da agência. “Todo mundo diz que faz life time value, que é data-driven, mas apenas 1% dos clientes estão fazendo isso, de fato. E nós dominamos esse trabalho, que demanda uma curva de maturidade. Não adianta saltar etapas”, adverte. Do pioneirismo certeiro em dados, Kavinski deposita agora as suas apostas em outra tecnologia com poder de transformar o mercado.

“A minha estimativa é de que, com a inteligência artificial generativa, seja possível salvar cinco horas de trabalho, mais ágil e de qualidade, por semana, de cada profissional, nas mais diversas áreas. Já salvamos uma. Pense 500 profissionais, são dez mil horas. Estou aflito para fazer isso o mais rápido possível”, admite. Aos 16 anos, Kavinski já sabia que a internet daria certo, mesma certeza apontada anos depois com os buscadores e, agora, com a inteligência artificial.

Leia a íntegra da matéria na edição impressa de 21 de agosto.