Segundo os dados da CDN, o tema registrou uma queda de 43 pontos percentuais na imprensa entre o primeiro e o segundo trimestre de 2023

A exposição da sigla ESG rendeu R$ 278 milhões em mídia espontânea, entre abril e junho de 2023. É o que aponta a segunda edição trimestral do estudo “ESG na Mídia”, realizado pela CDN.

De acordo com a pesquisa, o setor financeiro foi o que concentrou maior percentual de exposição positiva (11,9%) relacionada ao tema. Já o segmento de varejo e consumo, por outro lado, apresentou a maior exposição negativa (1,66%), contaminado pelo problema de gestão da Americanas, que segue repercutindo nas mídias.

Segundo os dados levantados pela agência, ações com impacto positivo e lançamento de produtos que respeitem as diretrizes de ESG, especialmente em relação à oferta de crédito e fundos de investimentos, também foram destaques no período analisado.

A mídia e o ESG
Para traçar um panorama sobre a evolução e as principais características da pauta ESG na imprensa brasileira, a equipe de inteligência de dados da CDN analisou 1.346 matérias em 20 veículos impressos e online que mencionam especificamente as siglas ESG ou ASG.

Entraram no mapeamento as mídias Brazil Journal, Bloomberg, Broadcast, Correio Braziliense, Dinheiro, Estadão, Exame.com, Folha de S. Paulo, G1, Infomoney, IstoÉ, Meio & Mensagem, Metrópoles, O Globo, Reuters, R7, Terra, UOL, Valor e Valor Invest.

“O estudo apresenta um olhar inédito para o mercado e possibilita que os principais players usem os dados para criação de estratégias e tomadas de decisão mais assertivas”, destacou Fernanda Dantas, head de Digital e Inteligência de Dados da CDN.

Segundo a pesquisa, matérias exclusivas sobre o assunto na imprensa registraram queda de 43 pontos percentuais entre o primeiro e segundo trimestres do ano, passando de 84% para 41% da amostra auditada. Isso mostra que, apesar do número de inserções na mídia sobre a pauta ter crescido 17%, houve uma perda significativa de protagonismo do tema nas edições.

Os dados também apontaram que efemérides e eventos têm peso relevante na exposição midiática de ESG, então, com a mídia concentrada no início da CPMI dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, a cobertura política se sobrepõe em abril, esvaziando espaços para outros temas.

A temática do ESG voltou a ganhar impulso apenas em meio, principalmente com o Dia das Mães, o caso de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. e a Feira Agrishow. Em junho, o tema ESG ganhou destaque em pautas como o mês do Orgulho LGBTQIA+, além do Summit ESG do Estadão.

Veículos mais engajados
De acordo com a CDN, a Exame (em suas versões online e impressa) é o veículo mais engajado em ESG, com uma editoria dedicada ao tema em seu portal, além de eventos proprietários como workshop e curso de formação de profissionais.

O Valor vem na sequência, apesar de ter perdido a liderança do primeiro trimestre, reflexo do fim do caderno mensal dedicado ao tema. A pesquisa também destaca o Broadcast, que ocupa espaço exclusivo no portal do Estadão, com foco na abordagem de pautas ligadas à política interna.

Marcas
A pesquisa também apontou que a temática ESG está cada dia mais incorporada ao discurso institucional das marcas e, no primeiro trimestre, 71% da exposição trazia marcas associadas ao tema, percentual que passou para 81% no segundo trimestre.

De acordo com a CDN, temas sobre produtos, impacto positivo e metas ESG são os que geram maior interesse da imprensa, alcançando espaços editoriais mais qualificados e, apesar de serem vistos como oportunidades de posicionamento para marcas, espaços opinativos ainda seguem pouco explorados.

A sigla ESG, que engloba pautas ambientais, sociais e de governança, segue dando destaque para a questão ambiental em primeiro lugar (44,6%), seguido das pautas sociais (33,8%) e por fim, governança, que corresponde a 21,6% da exposição na imprensa.

Líderes de destaque
O estudo também apontou que os especialistas, consultorias e escritórios de advocacia seguem como as fontes principais de comentários sobre o tema.

Entre os nomes, o Edu Lyra, CEO do Gerando Falcões, aparece com 7% de participação, seguido de Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, com 5%, Annelise Vendramini, professora da FGV, com 3%, Pedro Paro, CEO da Humanizadas, com 3% e Luiz Fernando Lucas, advogado especializado em integridades, com 2%.