Com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2005, da pesquisa de investimentos em mídia do projeto Intermeios de 2005 a 2008 e também da evolução do PIB no período, Dalton Pastore, presidente do conselho consultivo da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e do 1º ForCom (Fórum Permanente da Indústria da Comunicação), estima que o mercado representado por 33 entidades movimentou no ano passado R$ 57,4 bilhões. O balanço foi apresentado por Salles Neto, presidente do grupo Meio & Mensagem, que organiza o Intermeios.
Pastore ressaltou que o cálculo fez estorno do volume apurado pelo IBGE com dados de 2005 – que registrou cerca de R$ 54 bilhões, mas que incluiam informações como venda de livros, por exemplo, que não fazem parte do trade de comunicação mercadológica.
“Feito o estorno, concluimos que em 2005 toda a indústria tivera um movimento de R$ 43 bilhões. Isso inclui marketing direto, publicidade, produção de som e televisão, internet etc. É um volume que mostra o quanto essa indústria é importante para a economia brasileira”, disse Pastore, acrescentando que o Fórum consagrou a luta em torno da liberdade de expressão comercial e também da valorização do mercado de comunicação. Pastore e Lara, este último o novo presidente da Abap, disseram que o ineditismo do evento e a convicção de que o mercado será mais forte com a consolidação do conceito de indústria “foram outras lições positivas do fórum”.
A liberdade de expressão e a ética comercial serão reunidas, como destacou Lara, em um código de boas práticas para toda a indústria. Segundo ele, cada entidade tem um código para nortear parâmetros, mas a ideia é ter documento único. “Não há uma agenda e nen um nome escalado para coordenar esse projeto, porém, é uma das nossas prioridades”, afirmou.
Pastore também relatou que as ações de organizações não governamentais têm prejudicado o negócio. “Sabemos que a publicidade é para vender produtos e serviços e também do seu poder de persuasão, mas há uma patrulha que não tem cabimento, oriunda de organizações aparentemente inofensivas, mas que estão causando um mal enorme à atividade. As fontes de censura são múltiplas e precisamos ficar muito atentos a esses lobbies. Uma das coisas da qual mais me arrependo nos seis anos que estive à frente da Abap é de não ter reagido à proibição de publicidade de chupetas e bicos de mamadeira porque eram produtos que praticamente não anunciavam. O que vemos hoje são ações contrárias à publicidade de produtos dirigidos ao público infantil”, disse Pastore.
Paulo Macedo