Quanto e em quais aspectos a evolução da tecnologia e a democratização do acesso à web estão mudando a vida dos consumidores? Esta questão é a problemática de um estudo realizado pela Ericsson ConsumerLab, divisão da multinacional sueca, divulgado esta semana.
Feito com uma base de três mil usuários de smartphones em três países com realidade política, tecnológica e socioeconômica distintas, Estados Unidos, Brasil e Indonésia, a pesquisa opõe dados quantitativos e qualitativos para esmiuçar os novos hábitos a partir do momento em que a conectividade passa a reger boa parte do cotidiano. Os locais foram escolhidos com base na maturidade de seus mercados.
Em resumo, o novo perfil de usuário quer tudo agora, tudo fácil e tudo do seu jeito, com a sua personalização. Os smartphones deixaram de ser apenas acessórios para se tornarem fundamentalmente uma parte do corpo de seus donos. Não apenas pela necessidade de conexão instantânea, mas também por outros recursos com que passaram a auxiliar seus donos, cada vez mais acostumados a soluções quando e onde querem – e a tendência é uma resposta cada vez mais imediata.
Velocidade
O estudo destaca que diversos novos tipos de demanda surgiram rapidamente, na mesma medida em que a capacidade e relevância dos telefones avançam. A velocidade e o imediatismo imperam. Grande parte dos consumidores concentra tudo que acha importante no próprio celular e usa o aparelho em tarefas corriqueiras, como nas listas de coisas a fazer e em questões elaboradas como no planejamento financeiro.
A própria necessidade de conexão, via plano de dados ou wi-fi, é a primeira delas. Depois, surgem outras, como customização, controle de consumo, benefícios por geolocalização e produtividade assistida. O consumo também é motivado via smartphone, uma vez que, segundo a pesquisa, os usuários dos aparelhos “inteligentes” são mais atentos a ofertas.
Hoje, já é plausível que o usuário dependa necessariamente dessa conectividade para se comunicar com os amigos e família, consumir conteúdo, receber informações, organizar sua agenda, fazer compras e até mesmo paradoxalmente usar a tecnologia como forma de se desligar da tecnologia.
Brasil
O Brasil é o segundo mercado mais maduro na análise, conforme dados do estudo, à frente da Indonésia, mas atrás dos Estados Unidos. Os serviços gratuitos são utilizados frequentemente e já há uma demanda por mídia adicional à televisão (como serviços de VOD). A população é ávida e interessada por tecnologia, mas a conexão é percebida como uma forte frustração no mercado. Entre os usuários de internet móvel, 77% estão conectados por mais de três horas por dia, enquanto 15% ficam de uma a três horas online.