Texto: Patrícia Rodrigues
Você sabia que a forma como aprendemos algo influencia nossa forma de agir? Para reconhecer nosso estilo, os pesquisadores desenvolveram vários instrumentos que ajudam a identificar a nossa postura diante de diferentes situações, tanto na escola quanto no trabalho e no cotidiano.
“Existem mais de 80 instrumentos de aprendizagem, desenvolvidos e catalogados desde 1909, cada um com n classificações”, esclarece o professor Danilo Torini, professor do ESPM LifeLab e coordenador de Pesquisa Pedagógica no Núcleo de Inovação Pedagógica (NIP) da ESPM. “No entanto, todos eles se baseiam nessas premissas e, dependendo dos estímulos, das experiências de aprendizagem e do desenvolvimento, esses estilos podem mudar.”
O que são estilos de aprendizagem?
São preferências, tendências e disposições que temos para aprender algo e lidar com coisas novas. Eles não abrangem apenas questões cognitivas, mas também afetivas e psicológicas. Um estilo de aprendizagem não vai envolver, necessariamente, essas três dimensões, porque também tem a ver com a nossa disposição.
Quais os principais estilos de aprendizagem?
Ativo
- Gostam de viver novas experiências.
- Apreciam o aqui e o agora.
- Ficam felizes quando se envolvem com novos projetos.
- Têm a mente aberta, entusiasmam-se com novidades.
- Agem primeiro e avaliam as consequências depois.
- Realizam múltiplas atividades.
- Lidam com os problemas usando o brainstorming.
- Quando perdem a empolgação por uma atividade, procuram outra que lhes proporcionem grande excitação.
- São desafiados pelas novas experiências, mas entendiam-se com a implementação ou a consolidação, caso essa tarefa envolva muito tempo.
- São gregários, buscam atuar com outras pessoas, no entanto, centram ao seu redor todas as atividades.
- São criativos, têm paixão por aventura, são inventivos, inovadores, comunicativos, líderes, entusiasmados, divertidos, participativos, gostam de aprender e solucionar problemas.
Reflexivo
- Distanciam-se para observar e refletir sobre as experiências a partir de diferentes perspectivas.
- Coletam dados e refletem sobre eles, antes de formular e propor alguma conclusão.
- Entendem que o processo de coleta de dados é o mais interessante, por isto tendem a adiar a elaboração de conclusões.
- São cautelosos, ponderados, analisam diversos ângulos e respectivas implicações, antes de tomarem alguma atitude.
- Gostam de observar as pessoas agindo. Ouvem atentamente aos outros e compreendem o que está sendo discutido antes de se pronunciar.
- São discretos, tolerantes, serenos e mantém um ar levemente distante.
- Quando agem, consideram o quadro geral, o passado, presente, as observações de terceiros, assim como as suas.
Pragmático
- Gostam de testar ideias, teorias e técnicas para examinar o seu funcionamento.
- Buscam novas ideias para serem aplicadas.
- Ao concluir um curso têm inúmeras ideias e mal podem esperar para implementá-las.
- Gostam de dar andamento a situações, agem com rapidez e confiança quando estão atraídos por uma nova ideia.
- Tendem a mostrar impaciência em discussões longas, prolixas e inconclusas.
- São essencialmente práticos, realistas, gostam de tomar decisões e resolver problemas com objetividade.
- Encaram problemas e oportunidades como desafios.
- Têm uma alma de técnicos, são ágeis, decididos, objetivos, organizados e gostam de aplicar o que aprenderam solucionado problemas.
Teórico
- Adaptam e integram observações teóricas de forma lógica.
- Raciocinam de modo lógico, linear e por etapas. Conseguem relacionar fatos aparentemente desconexos, formando constructos teóricos coerentes.
- São perfeccionistas e não descansam até que as coisas estejam em ordem e façam sentido em um esquema racional.
- Interessam-se por pressupostos, princípios, teorias, modelos e pensamentos sistêmicos.
- Prezam a racionalidade e a lógica. Tendem a ser analíticos e racionais.
- Abordam problemas sempre de forma lógica. Sentem-se desconfortáveis com julgamentos subjetivos e divagações.
- São disciplinados, sistemáticos, metódicos, críticos, não trabalham sem planejamento e cronograma.
Qual a importância de reconhecer o próprio estilo?
A consciência do estudante (e de todos nós) sobre a forma como aprendemos ajuda a criar estratégias. “Ao entendermos esse funcionamento, é possível mobilizar métodos, técnicas e até ferramentas para nos desenvolvermos e para aprender mais e melhor”, explica o professor. De acordo com Torini, esse conhecimento permite acionar uma “chave dupla”: a do autoconhecimento e a da autorregulação. “Todos esses instrumentos são ‘fotografias’ de um momento: a partir da consciência, é possível fazer um diagnóstico de quais estilos predominam e buscar estratégias para expandir, aperfeiçoar os “menos desenvolvidos” ou renovar o engajamento.”
Como descobrir o seu estilo de aprendizagem?
Mesmo existindo parâmetros para cada estilo, as pessoas possuem todos os estilos de aprendizagem — uns mais, outros menos desenvolvidos. Para descobrir qual o seu principal, faça um teste com 80 questões clicando aqui.
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