Devassa estava entre as marcas cujas campanhas motivaram reclamações

 

O Conselho de Ética do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) debateu e votou na quinta-feira (14) dez representações contra ações de marketing ou anúncios publicitários denunciados por consumidores ou pelo próprio órgão, sendo três delas recursos extraordinários de casos julgados anteriormente. Quatro casos foram arquivados, enquanto os demais acarretaram em recomendações que variam entre sustação e alteração das peças.

A Devassa foi um dos grandes anunciantes envolvidos nos casos votados. A marca havia sido denunciada por consumidores por conta da conotação sexual da campanha que tinha como mote “O que você está esperando para ter a sua primeira vez?”, na qual um rapaz é estimulado a ter sua “primeira vez” com a cerveja. A Schincariol e a Mood, agência que desenvolveu a estratégia, porém, alegaram que tratava-se de uma frase de duplo sentido com óbvio contexto humorístico e facilmente compreendido. O argumento da defesa foi acatado pelo Conselho e o processo foi arquivado por maioria de votos.

Outra grande marca que teve o processo arquivado, mas desta vez por unanimidade, foi a Nesfit. A campanha “Operação Biquíni”, que apresenta uma mulheres se queixando de seu peso e sua forma, havia sido denunciada por três consumidores que consideraram que o anúncio poderia estimular comportamentos que levariam à bulimia e a outros distúrbios alimentares. A defesa, porém, teve seus argumentos acatados e a campanha não sofreu punições.

Já a PepsiCo está entre os grandes anunciantes que terá de se mobilizar de acordo com as determinações pelo Conar. Neste caso estava em pauta a ação “Invasão Angry Birds”, na qual os consumidores juntavam pontos adquiridos em produtos que, somados a uma quantia em dinheiro, eram trocados por uma pelúcia. O próprio órgão abriu processo, pois contrariava suas recomendações sobre publicidade infantil, contendo apelo interativo ao consumo. Os argumentos da defesa não foram acatados e a decisão por maioria de votos foi de sustação, o que significa que a ação deve ser paralisada no menor prazo possível, uma vez que o Conar não estabelece datas.

No caso da Sky, a representação foi aberta por uma concorrente. A Net alegou que a campanha “5 milhões de obrigados”, na qual a operadora de televisão por assinatura comemorava a marca milionária de assinantes, continha informações inverídicas, uma vez que a Sky se dizia a empresa do setor que mais tinha investido em canais de alta definição. De acordo com o Conar, afirmações desse tipo requerem dados ou outro tipo de comprovação para serem veiculados. O Conselho, então, decidiu pela alteração da campanha, seja apresentando uma explicação para a afirmação ou suprimindo-a.

Os outros dois casos que resultaram em arquivamento referiam-se à empresa de produtos de beleza Cadiveu e ao serviço Speedy, da Vivo/Telefônica. Já os demais que foram penalizados pelo Conar foram representações abertas contra TIM, Varicell, Kimberly-Clark, e a marca de jeans Rockblue.