Pesquisa do The Boston Consulting Group (BCG), consultoria de estratégia e gestão empresarial, aponta que os consumidores estão dispostos a gastar pequenas quantias mensais para receber notícias em seus computadores e celulares. O valor apontado varia de US$ 3 mensais, nos Estados Unidos e Austrália, a US$ 7 mensais, na Itália.
Na Finlândia, 66% dos entrevistados pagariam pelo serviço. Na sequência aparecem Alemanha, como 63%; Itália, com 62%; Noruega, com 60%; Espanha, com 56%; França, com 54%; Austrália, com 49%; Estados Unidos, com 48%; e Reino Unido, com 48%.
O levantamento, que entrevistou mais de 5 mil pessoas em nove países (o Brasil não está incluso), identificou que os consumidores estão mais dispostos a pagar por determinados tipos de conteúdo, acessíveis por meio de um dispositivo de livre escolha.
Cerca de 67% dos entrevistados têm interesse em informações locais (o que corresponde a 72% dos entrevistados nos Estados Unidos) e 63% têm interesse em cobertura especializada (73% dos entrevistados nos EUA).
Além disso, os consumidores estão mais dispostos a pagar por notícias online fornecidas por jornais do que por outras mídias, como televisão ou portais.
Embora animadora, a disposição de pagar é apenas parte da solução para a receita dos jornais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a publicidade, que representa 80% das receitas, está em forte declínio. Se os consumidores começarem a pagar pelas notícias online, isso apenas reduzirá, mas não vai conter a queda nas receitas.
A pesquisa indica que surgirão diversos modelos híbridos para acessar notícias e conteúdo. Por exemplo, 52% dos consumidores de notícias sobre negócios nos Estados Unidos estariam interessados em um pacote de assinatura impressa e online, em comparação com apenas 35% dos consumidores jovens.
Esta semana, o inglês “The Times” anunciou que irá cobrar por acesso online a partir de 2010, seguindo uma tendência mundial. O “The Sunday Times” também já se manifestou sobre o assunto, dizendo que irá cobrar pelo seu conteúdo online. O modelo é defendido há meses por Rupert Murdoch, proprietário do News Corp.
O estudo do BCG entrevistou 1.006 pessoas nos Estados Unidos, 1.006 na Alemanha, 529 na Austrália, 510 na França, 506 no Reino Unido, 505 na Espanha, 504 na Itália, 259 na Noruega e 258 na Finlândia.