Sofisticação do consumo também foi uma tendência identificada no estudoO consumo de bens não-duráveis – alimentos, bebidas, limpeza do lar e higiene pessoal – voltou a crescer no primeiro semestre de 2013, após uma ligeira queda nos seis primeiros meses do ano passado, aponta o estudo Consumer Insights, da Kantar Worldpanel.

Em unidades, houve um crescimento de 2% em relação aos seis meses anteriores. Embora sutil, é a maior alta desde o final de 2011. O aumento mais significativo, porém, se deu no valor gasto com esses produtos: passou de 6% para 11%, alta que não se via desde a passagem de 2010 para 2011.

De acordo com o estudo, as classes A, B e C foram as principais responsáveis por esse aumento. “Observamos que, em 2011, as compras das classes D e E foram as responsáveis por manter essa estabilidade e impedir uma queda brusca no consumo. Contudo, essa situação se inverteu no primeiro semestre deste ano. Esse recuo das classes mais baixas, principalmente devido ao aumento de preços, foi o que impediu um retorno mais acentuado do crescimento do volume de bens não duráveis adquiridos”, explica Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel no Brasil.

Além disso, o levantamento indica que algumas regiões específicas alavancaram a alta do consumo. Norte e Nordeste, juntas, cresceram 5% em volume, enquanto a região Centro-Oeste teve aumento de 3%. Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro apresentaram a maior alta, 7%.

A sofisticação do consumo foi uma tendência notada pelo Consumer Insights. De acordo com a pesquisa, a classe C retomou o crescimento do consumo de produtos não básicos, principalmente entre aqueles com benefícios adicionais agregados. “Ao incluir um produto mais sofisticado em seu carrinho de compras, algo considerado mais aspiracional, o consumidor não quer mais deixar de tê-lo em sua despensa. Para que esse produto continue cabendo no orçamento familiar, a alternativa é ir menos vezes às compras e até reduzir em volume as categorias mais básicas, como é o caso das Classes D e E”, avalia Christine.

Otimismo em baixa

Apesar da ligeira recuperação dos índices de consumo, o otimismo do brasileiro em relação ao país caiu drasticamente se comparado à pesquisa do ano passado. Apenas 39% dos entrevistados disse acreditar que a situação do Brasil vai melhorar, o que representa uma queda de 39 pontos porcentuais.

O sentimento de otimismo em relação à situação pessoal do brasileiro também apresentou queda, mas menos acentuada: passando de 83% no ano passado para 77% em 2013.