VP de Media BR da Ogilvy fala que não vê o setor como algo secundário

A executiva Vanessa Gianotti tem muita experiência no marketing de anunciantes como a Natura, onde começou há 20 anos na função de gerente de propaganda. Depois passou pela Kimberly-Clark e Motorola.

Atualmente é vice-presidente de mídia da Ogilvy Brasil e não vê mais o setor como secundário. Insights, muita informação e conhecimento são vetores para a transformação da área, caudatária do ambiente digital.

Agora, a mídia faz parte do ambiente estratégico com o papel de conectar marcas às pessoas. É formada em comunicação social com pós-graduação/MBA em marketing e especialização em RP.

Conexão
Comecei na área na Natura, quando assumi como gerente de propaganda, na ocasião, uma função bastante institucional. Poucos meses depois, devido a uma reestruturação, a empresa aumentou exponencialmente seus investimentos em mídia e fazer a gestão do investimento acabou se tornando a principal atuação e desafio da cadeira. Na época, me encantava pensar em como a mídia daria vida às peças criativas, que seria através da escolha de canais que a comunicação se potencializaria e chegaria até o consumidor.

Inspiração
Para mim, é essencial trabalhar com pessoas que eu admiro, me inspiram e me acrescentam. A Ogilvy é tradicionalmente conhecida por ser um celeiro de talentos e estar ao lado destes é, sem dúvida, uma das razões de estar aqui. O contato com veículos também me abastece bastante. Faço questão de estar próximo a todos e conhecer as novidades, oportunidades e inovação. Além disso, acho essencial se ‘alimentar’ de informações fora do universo publicitário.

Trabalhos
“Marias”, na Kimberly-Clark, começou como uma websérie com o objetivo de aumentar a fidelização de marca de gerações mais novas. Foi um sucesso tão grande que tivemos quatro temporadas, todas com seu conteúdo desenvolvido por meio do social listening. Fomos a primeira marca convidada a disponibilizar o conteúdo em plataforma de streaming, além de ganharmos diversos prêmios de efetividade. O papel da mídia tanto na recomendação do canal, de uma marca tradicional acostumada a destinar todo o investimento para offline, atrelado a uma potente e consistente estratégia de UGC foi o fator de sucesso. Por fim, estruturar e liderar a operação de Coca-Cola/OpenX no Brasil e Cone-Sul também é um trabalho a ser destacado. Principalmente pelo formato baseado no tripé dados-criatividade-mídia, tendo a mídia como liderança de todo o processo e forma de trabalho.

Transformação
Tenho a sensação de que nunca saberei de tudo. Quando, finalmente, estamos dominando uma plataforma, uma forma de estruturar o pensamento, tudo é transformado.

Consistente
A criatividade. Por isso acredito muito no modelo brasileiro, onde mídia e criação trabalham juntos. Ainda não existe nada mais efetivo do que uma boa ideia criativa atrelada a uma estratégia embasada de canais.

Inteligência
Ainda vejo pouca utilização da IA no planejamento de mídia. Eu mesma tenho usado em alguns questionamentos pontuais para ampliar o pensamento e ajudar a mim e aos times a poderem pensar outras formas de atuação e ter uma visão diferente ou complementar à nossa.