Enquanto na saúde o coronavírus prossegue fazendo muitos estragos em nosso país, na economia a força do brasileiro tem sido maior, resistindo à grande ameaça da pandemia – apesar de milhares de perdas de vidas humanas – e conseguindo superar em alguns segmentos a própria tragédia lá atrás anunciada.
Os jornais deram-nos conta nos últimos dias, por exemplo, da recuperação do setor imobiliário, cujas vendas em junho (dados do Secovi-SP) atingiram 85% do esperado para o mês, segundo uma sondagem preliminar com os associados do Sindicato da Habitação (dados do Estadão de 17/7).
Com a esperada diminuição dos casos fatais em todo o país nas próximas semanas (previsão de cientistas abalizados do setor) e com a descoberta da vacina que nos imunizará dos efeitos trágicos provocados pelo atual inimigo nº 1 do planeta, que já matou mais seres humanos do que muitas guerras travadas entre países (há informações de que até fins de dezembro teremos a vacina já testada), podemos acreditar no fim dessa pandemia, que um dia ainda terá de ser explicada como surgiu, envolvendo praticamente todo o nosso planeta.
O importante, porém, é torcermos para que o fim desse drama esteja realmente próximo, trazendo-nos de volta a alegria de viver, sem a preocupação de ser alvo de um vírus mortal sobre o qual pouco ainda se conhece.
Quem tem fé que prossiga rezando, pois, além da morte por ele causada, há um paralelo dentre os humanos mais cuidadosos, ou até mesmo com maior sorte, uma permanente angústia de viver correndo o risco de ser mais uma das milhares de vítimas espalhadas pelo planeta, que não chegaram ao fim, mas sofreram em demasia com o simples contato (?) com essa fera maldita.
A boa notícia, para um semanário que cobre o mercado publicitário brasileiro e algumas vezes ultrapassando esses limites para falar da atividade praticada lá fora, é que nossos players estão aos poucos retornando à ativa, um ponto além do home office ao qual seus profissionais foram condenados.
Logo mais teremos algumas agências reabrindo 100% suas sedes, além de o mesmo ocorrer com outras empresas pertencentes a esse cada vez mais importante setor para o deslanche da economia. As casas de mídia, as sedes das empresas online, os fornecedores do mercado e até mesmo escolas como a nossa querida ESPM, que prossegue formando excelentes profissionais, como formou e consagrou no passado, hoje ainda fechada em suas unidades devido ao coronavírus.
Se o Cannes Lions deu uma excelente demonstração de criatividade este ano, ao não parar devido à pandemia e, ao contrário, inovar com o uso apropriado dos meios online, consagrando uma vez mais o Brasil, ao lhe conceder o título de Agência da Década através da vitoriosa e incontestável AlmapBBDO, logo mais teremos o retorno com força total desse mundo fantástico que é o publicitário, sempre inconformado com o que acabou de concluir hoje, por acreditar que a criatividade não tem limite.
Está em elaboração junto a alguns profissionais que trabalharam com João Daniel Tikhomiroff, mago da película cinematográfica publicitária brasileira, equipe a quem o Brasil muito deve dos seus importantes prêmios publicitários conquistados no Cannes Lions e em outros importantes festivais do setor, sediados em outras praças do universo capitalista melhor desenvolvido, um projeto de documentário contando a inacreditável evolução da história da propaganda brasileira, a partir dos anos 1960.
Uma das principais referências será o PROPMARK e o seu diretor, que já naquela época frequentava esses movimentos de valorização da atividade, procurando balizarem-se na ideia e estrutura de Cannes, na época dividindo a sede do evento com Veneza, o que levava o charme do evento a valores e importâncias incalculáveis.
Muito há que se falar nesse trabalho a ser produzido sob a liderança e competência profissional de João Daniel, um dos grandes artífices da valorização da propaganda brasileira, junto a uma geração de criativos de agências que, somados a ele, tiveram a coragem de se perguntar “E por que não?”, olhando para um produto final publicitário que já possuía ideias, mas faltava o polimento, a finalização, aquilo que só os gênios são capazes de enxergar e acrescentar.
Voltaremos a esse assunto em edições seguintes a esta no PROPMARK.
Podemos considerar como imperdíveis os seguintes destaques desta edição do PROPMARK:
- A pandemia acelerou projetos de montadoras para o compartilhamento de carros. Marcas investem em soluções como aluguel de veículos e gestão de frotas, sendo que o receio das pessoas quanto ao transporte público impulsiona o setor. A matéria assinada pela repórter Jéssica Oliveira chama a atenção para um ponto de mobilidade ganhando força também no Brasil: compartilhamento de carro e soluções que colocam o veículo como serviço e não necessariamente como um bem a ser adquirido.
- A pandemia da Covid-19 alterou uma série de hábitos dos brasileiros. Com o isolamento social, as pessoas reduziram a ida aos supermercados e passaram a adquirir mais produtos, em detrimento de outros, por permanecerem mais tempo em casa, por exemplo. Mas há um comportamento adquirido que veio para ficar, mesmo após a quarentena: a preocupação maior das pessoas em cuidar de si e o aumento dos cuidados em relação a saúde, higiene e desenvolvimento, segundo resultados de pesquisas e opiniões de especialistas.
- Imperdível também para o leitor a cobertura do evento Live Marketing pronto para a retomada, realizado pela Ampro, entidade do mercado presidida pelo nosso articulista Alexis Pagliarini.
- Cobertura da live da ABA com a P&G e Unilever, com debate sobre o futuro do setor de beleza e cosméticos.