Mario D’Andrea está completando um ano à frente da criação da Dentsu e dez meses como presidente da operação de publicidade da Dentsu Aegis Network no país, desde a saída de Renato Lóes. E, neste período, encabeçou uma reestruturação que chama de “A nova Dentsu Brasil”.
Para quem não se recorda, a agência de origem japonesa chegou ao Brasil em 2004 pelas mãos da DPZ, que tinha 49% de participação até a sua venda, para a própria Dentsu Inc. Em 2012, o a rede japonesa comprou o inglês Aegis, formando uma nova holding global.
Porém, segundo D’Andrea, no Brasil o nome Dentsu precisava de uma modernizada, já que a agência sempre teve por aqui uma percepção “burocrática, não criativa e apenas ligado à clientes japoneses”. Fora isso, o criativo disse que era preciso estar mais perto dos clientes e aumentar a variedade da comunicação para eles. “Tomamos algumas atitudes que eram necessárias, como acabar com a barreira que chamamos de nível médio da agência, fazendo com que o board participe de toda relação com os clientes; dividimos a operação em duas áreas, uma estratégica e outra para negócios; e criamos três unidades de negócios distintas: Varejo, Inovação e Digital”, explica. “E também contratamos ou colocamos pessoas-chaves em todas as áreas da agência”, completa, se referindo a profissionais como o head de design Christian Faria, por exemplo, que ganhou diversos prêmios na área quando atuava na JWT.
Para o executivo, o que a Dentsu pretende agora é preparar a agência para o mundo pós-digital. “Antes tínhamos os generalistas. Depois, com o digital crescendo, passamos a ter especialistas. Hoje a comunicação é uma só, e temos que voltar a investir em generalistas”, afirma D’Andrea, lembrando que o consumidor não se relaciona mais com as marcas “por gavetinhas”. “Tecnologia e ideias devem se cruzar, formando um ponto que faça a diferença na vida do consumidor. E se você conseguir isso, terá uma boa campanha. E fará diferença para o cliente, seja em vendas, percepção, valor de marca”.
D’Andrea disse que desde que assumiu a gestão da agência foram realizados 28 filmes e 12 trabalhos, em ações para marcas como Sazón, Cup Noodles, Toyota, Salonpas, Arteris, Cannon, entre outras. Porém, se a agência teve grandes conquistas, irá fechar 2014 com receita semelhante a 2013. “Tivemos um custo muito alto para ‘botar a casa em ordem’. Investimos em pessoas e muito em pesquisas e ferramentas, no mesmo nível que as primeiras agências do mercado. Mas estamos deixando tudo em ordem para ter um crescimento muito grande em 2015”, disse, falando também de uma entrada mais consistente da agência em festivais para o próximo ano. “Primeiro precisávamos de cases consistentes. A partir disso, vamos sim participar das premiações”.