Primeiro foi Cristiano Ronaldo, que tirou de cena duas garrafas de Coca-Cola durante entrevista coletiva da Eurocopa. Agora foi a vez do francês Paul Pogba fazer o mesmo – só que, desta vez, com uma garrafa de Heineken.

O jogador, que é mulçumano e não consome álcool, demonstrou estar incomodado com a embalagem da marca na mesa onde daria entrevista aos jornalistas.

Ouvido ontem pelo PROPMARK, em relação ao episódio envolvendo o jogador português, Marcelo Boschi, coordenador do MBA de Marketing Estratégico da ESPM, já havia alertado sobre o modelo atual de patrocínio.

Para ele, a lógica desse tipo de entrega pode abrir brechas até mesmo para outras manifestações semelhantes. “A Heineken, por exemplo, também está exposta. É uma bebida alcoólica e também pode passar por isso”, exemplificou ontem, sem saber que a marca seria a ‘próxima vítima’.

Fernando Trein, professor de Marketing Esportivo da ESPM, disse que a Uefa tem que se prevenir neste sentido. “A organização precisa fortalecer que os contratos não permitem a escolha de determinada marca por cada jogador, ao mesmo tempo, as empresas precisam ficar atentas a esse movimento”, disse.

Já o professor de Publicidade e Propaganda da Universidade Mackenzie José Maurício Conrado acredita que não exista uma forma para se blindar de episódios assim. “Até porque são personagens que se constroem e que ficam muito poderosos. A grande questão é que as marcas estejam preparadas para lidar com gestão de crise. A marca precisa pensar em uma resposta rápida, pensar no diálogo, pensar em questões éticas e tentar entender o conceito macroambiental”, disse.

A Heineken emitiu um posicionamento global sobre o fato. “Respeitamos totalmente a decisão de todos no que diz respeito a escolha de suas bebidas”, informou a marca em nota.