O meio rádio é mesmo mágico. Passou por tantas transformações, mas hoje continua na ativa e muito bem de saúde, vivendo momentos memoráveis, como a experiência das telas. Quem diria! O meio virou tela? Atualmente, esta é a pergunta da vez. Danilo Fuin, diretor-executivo da NovaBrasil, do Grupo Thathi, fala que a tela sempre foi um desdobramento possível para o meio rádio. “Em função da diversificação dos players, o crescimento das plataformas de streaming e a concretização do perfil omni da audiência, essa realidade tornou-se uma grande oportunidade de negócio para as emissoras”.
Outra evolução que reflete a modernização e a expansão do meio é a transformação dos locutores em influenciadores. Para essa nova “moda”, Fuin tem uma definição certeira: “eles são personagens importantes na construção de diálogos genuínos com a audiência. Um ponto de contato da marca que acompanha o ouvinte para além do dial”.
Sobre a máxima do ressurgimento do rádio, o executivo diz acreditar que foi mais uma adequação à realidade de consumo da audiência e de diversificação de canais que uma nova mídia. “O rádio mantém seu DNA de ser uma companhia e de abrangência, agregando os benefícios que as plataformas digitais e sociais permitem”, analisa Fuin. Com tanta reviravolta e mudanças, as estratégias de comunicação utilizadas para atrair audiência também refletem o consumo de conteúdo em diversas plataformas.
“A intenção é estar em pontos de contato distintos a depender da jornada dessa audiência. O ouvinte pode estar com a NovaBrasil logo de manhã, acompanhando as principais notícias do dia pelo rádio do carro, pode ambientar a rotina de trabalho, estar presente com conteúdo diversos nas redes sociais naquela pausa da hora do almoço ou ainda promover um show presencial ou virtual”, relata Fuin, acrescentando: “Todos esses canais são pontos de contato que se divulgam e conversam entre si. Queremos que a audiência saiba que pode acessar os conteúdos da NovaBrasil”.
Segundo ele, outra forma de comunicação são as promoções, brincadeiras e ações que envolvem o ouvinte. Segundo ele, essas ações sempre fizeram parte do relacionamento com a audiência. “Na medida do possível, tentamos envolver uma estratégia de divulgação de novos produtos, ações patrocinadas e renovação de mailing nessas ações, aproveitando o alto engajamento que elas ainda têm. O formato hoje permite integração também com audiências digitais”, revela.
Ele fala ainda dos conteúdos de áudio sob demanda (como podcasts, minucasts ou formatos customizados de áudio), que hoje integram o portfólio de entregas, mas, segundo o executivo, “não são entregas isoladas na estratégia comercial da rede NovaBrasil”.
Para ele, o maior diferencial que destacam hoje é a abordagem através de projetos de conteúdo integrados e diferenciados. “Nessa abordagem trabalhamos com insights de mercado e de comportamento, oferecendo iniciativas que envolvem audiências diversas e pontos de contato pulverizados”. Ele comenta que trabalham a partir de projetos em vez de formatos otimizamos, pois conseguem apresentar resultados para os anunciantes a partir das métricas de interesse de cada um. “Partindo de uma ideia central aprovada pelo anunciante trabalhamos os formatos que melhor se encaixam à estratégia, sendo eles podcasts customizados, eventos, ativações, produção de conteúdo ou mídia convencional”.
Sobre as habilidades de um profissional de rádio hoje, Fuin fala que a demanda é por profissionais curiosos, que estejam antenados com o comportamento das pessoas e mudanças da sociedade. Segundo ele, a parte técnica é mais facilmente resolvida, porém um olhar macro para o mercado e audiência é um grande diferencial. “O meio ainda se mantém relevante na construção de diálogos genuínos com a audiência. Em meio a uma realidade repleta de telas, acredito que o diferencial é ter pontos de contato diversos, olhando para o momento de consumo da audiência”, afirma. Para ele, o profissional de rádio deve se manter atualizado nesse sentido e, claro, olhar a mídia como um todo, não apenas restrita aos players do mesmo segmento.