No 1º semestre de 2013, 3,98 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online

 

De 1º de janeiro a 30 de junho, 35,54 milhões de compras foram realizadas pela internet no Brasil. O número, apresentado no 28º relatório “Webshoppers”, conduzido pela E-bit, representa um aumento de 20% em relação ao último estudo no mesmo período de 2012. Para a pesquisa, a empresa analisou mais de nove mil lojas virtuais. O resultado comprova crescimento de 24% no comércio eletrônico nacional em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Vice-presidente de intelligence marketing do Buscapé Company e diretor-geral da E-bit, Pedro Guasti afirma que as porcentagens colaboram para um cenário geral positivo para o setor durante todo o ano. Segundo ele, 2013 deve chegar ao fim com faturamento de R$ 28 bilhões, 25% a mais que o total registrado em 2012: R$ 22,5 bilhões. Neste primeiro semestre, o faturamento foi de R$ 12,74 bilhões. O executivo frisa que cerca de 50 lojas respondem por 80% do faturamento nacional anual. Outras milhares de empresas menores dividem os 20% restantes.

O estudo considera apenas bens de consumo, por isso vendas de passagens aéreas, pacotes de viagem e tratamentos estéticos, considerados serviços, não foram inclusos. “Um dado importante é a chegada da categoria Moda e Beleza ao topo do ranking. O segmento, que em 2007 ocupava a 26ª posição, avançou na lista dos mais vendidos e finalmente se consolidou no primeiro lugar, com 13,7%. Alguns fatores que podem explicar esse crescimento são a chegada de grandes players, como Netshoes e Dafiti, a influência das blogueiras e o surgimento dos clubes de compra. Para quem mora no interior e não tem acesso direto às grandes marcas, o comércio eletrônico também tem papel fundamental”, destaca Guasti. Em seguida, vêm: Eletrodomésticos (12,3%); Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde (12,2%); Informática (9%); e Livros/Assinaturas e Revistas (8,9%).

Estabilização

Durante o período, o número de novos consumidores foi reduzido. Na primeira metade de 2013, 3,98 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online. Na mesma época em 2012, a quantidade de entrantes foi de 4,64 milhões. A redução representa uma estabilização. “O setor atingiu o auge de novos consumidores no ano anterior e está mais amadurecido. Por isso, o ritmo de entrada deve se reduzir parcialmente e ficar mais estável”, explica o executivo.

Guasti declara que, comparado a países vizinhos, o Brasil, assim como o Chile, está à frente no e-commerce. “Respondemos por mais de 50% de todo comércio eletrônico da América Latina. O cenário brasileiro amadureceu rapidamente e é bastante específico: tecnologicamente, temos navegabilidade melhor, além de plataformas bem desenvolvidas, valores convidativos para início de negócio e ferramentas de comparação de preço bastante funcionais”.

Frete

Considerado um dos mais importantes fatores no momento de decisão da compra online, o frete foi analisado separadamente. A pesquisa computou 4,7 mil participantes, entre 10 e 25 de junho. Respostas às questões incluíram opções como “concorda totalmente”, “concorda parcialmente”, “discorda parcialmente” e “discorda totalmente”. Sobre escolher a opção mais barata de frete, 45% da amostra respondeu que concorda totalmente, enquanto 34% assinalou a alternativa de concordância parcial. Vale ressaltar que a maior parte dos consumidores (78%) discorda totalmente sobre o fato de não prestar atenção às opções de frete oferecidas pelas empresas de e-commerce.

Uma prova de que vantagens relacionadas ao frete impulsionam as vendas é o número de empresas que ofereceu a alternativa gratuita de envio nos últimos anos. Em 2011, foram 66% delas. Em 2012, por motivos como necessidade de aumento da rentabilidade, o total foi reduzido para 57%, voltando a crescer este ano, momento em que 62% das ofertas atrelaram-se ao frete grátis.

Além de frete gratuito ou de valor atrativo, compradores brasileiros levam em consideração elementos como preços menores que os oferecidos nas lojas físicas, segurança e sigilo sobre os dados pessoais e financeiros, garantia no prazo de entrega e custo zero em caso de troca e devolução de produtos.

Classes sociais

A maior parte do público do e-commerce nacional é feminino (55%), na faixa etária dos 25 aos 49 anos (67%). Consumidores de até 24 anos representam 9% das vendas. Maiores de 50, 24%. Segundo a pesquisa, a classe C, com renda familiar de até R$ 3 mil, é a líder em compras (58,62%). Na sequência vêm compradores com renda entre R$ 3 mil e R$ 8 mil (24,5%) e aqueles com total acima de R$ 8 mil (5,36%). Da amostra, 11,53% preferiram não divulgar seus valores mensais.

A compra via cartão de crédito é a preferida dos consumidores, variando entre 80% e 85%, de acordo com Guasti. Compras no boleto correspondem a cerca de 10% e menos de 1% refere-se ao débito automático em conta.

Redes

Mídias sociais vêm alavancando as vendas online ano a ano. Em junho de 2010, apenas 0,53% dos entrevistados se disseram influenciados por campanhas no meio. Em junho deste ano, o total foi de 5,63%.