Luciane Mônaco, diretora-executiva de criação da TracyLocke participa do projeto global da Rede DDB (Divulgação)

Para incentivar e reconhecer a importância das mulheres na criação, a Rede DDB criou o “The Phyllis Project” e selecionou 12 mulheres de diferentes escritórios para participar do programa.

Na América Latina, Luciane Mônaco, diretora-executiva de criação da TracyLocke, foi uma das escolhidas. Ela está no Grupo ABC há nove anos e conquistou recentemente o Prêmio da Ampro como Profissional de Criação 2019 – Regional SP.

Durante um ano, ela terá mentoria, desenvolvimento de planejamento global de carreira, vai participar de trabalhos e eventos internacionais e de um treinamento em liderança criativa personalizado em Berlim.

O projeto é uma homenagem a Phyllis Robinson – primeira redatora da DDB Worldwide, que se tornou uma líder feminista. Confira os detalhes deste programa na entrevista a seguir:

Uma das atividades realizadas por Luciane Mônaco durante o projeto

Como o seu nome chegou até o programa?

A nossa community director foi a responsável pela minha indicação. Eu enviei meu currículo e portfólio para a
seleção.

Qual a sensação de ser escolhida para o programa?

É muito gratificante fazer parte de um grupo tão pequeno e importante para nosso mercado. Pessoalmente é incrível estar aqui conhecendo pessoas tão inspiradoras, compartilhando experiências, sucessos e dificuldades.

A troca cultural está sendo muito rica. Mas acredito que o mais importante é ver que o movimento de liderança feminina no grupo DDB é realmente verdadeiro. Esse programa é conduzido por mulheres que estão dispostas a fazer desse momento um passo muito importante para a representatividade feminina nas agências. Estar aqui é estar representando muitas de nós mulheres e divulgar o Projeto Phyllis para que ele ganhe cada vez mais força no mundo.

Pode dar detalhes sobre o programa? (São fases distintas? Qual a sua rotina? Quem dá essas orientações e mentorias?)

O programa é dividido em duas partes, uma de mentoria individual e em grupo, com wokshops e conteúdos focados em liderança e processos criativos, e outra parte de trabalho em equipes. Nessa fase estamos trabalhando em um briefing para uma marca global e todas as etapas são conduzidas por líderes da DDB Global.

Você está mantendo seu trabalho no Brasil? Como está se dividindo com relação ao programa e ao trabalho na Tracy?

Acho importante estar presente nessa experiência e é importante dar autonomia para o time que está no Brasil. Estamos no meio de uma entrega muito importante, mas ambas as partes estão trabalhando para fazer o melhor. Trocamos algumas informações durante o dia, mas tenho total confiança no potencial do time. É necessário esse momento de entrega minha e deles.

Qual a estrutura na Alemanha? Como você está se virando por aí?

Todo o grupo está no mesmo hotel, todos os dias temos um transporte que nos leva até o Fabrik 23 (uma fábrica abandonada que hoje funciona como coworking), onde passamos o dia trabalhando e à noite temos um momento mais descontraído no jantar, em diferentes restaurantes de Berlim. 

Que mulheres te inspiram?

Tenho a sorte de conviver com muitas mulheres inspiradoras. Parece um clichê, mas se a gente olhar em volta percebemos o quanto nós, mulheres, inspiramos umas às outras e às vezes não percebemos. Talvez essa seja a grande virada do nosso tempo. É fácil falar de mulheres conhecidas como inspiração, mas temos de olhar a o lado e entender o valor de cada uma de nós, expor nossos sucessos sem culpa de parecer arrogante, nossas fraquezas e nossas admirações porque isso nos fortalece e nos coloca no protagonismo, eu não preciso admirar uma mulher só por grandes feitos, posso admirar pela diferença que ela faz no dia a dia das pessoas, isso pra mim é empoderamento. É maravilhoso conhecer mulheres inspiradoras o tempo todo.

Como você pretende aplicar os conhecimentos que está adquirindo no programa?

A parte técnica é entender os processos criativos de outras agências e trazer o que tem de mais bacana para o nosso dia a dia. O direcionamento profissional é importante para saber onde quero chegar e como vou chegar lá. Dentro de um ano esse será um trabalho intenso e importante para minha carreira. Mas talvez o maior aprendizado seja a troca cultural, o entendimento das diferenças enriquecendo e mudando a forma como eu enxergo a nossa cultura de agência do Brasil. São 31 mulheres de todo o mundo: Índia, China, Estados Unidos e Reino Unido, entre outros, são dificuldades muito diferentes, são desejos muito diferentes e essa experiência não tem preço.

Quando voltar ao Brasil, quais são os seus planos?

Refletir esses aprendizados para meu dia a dia, me preparar para a próxima etapa, que ocorre em fevereiro, e focar nos feedbacks recebidos no programa para desenhar meus próximos passos dentro do grupo com foco e clareza.