Figer e Lopardo

As bikes, patinetes e outros modais de transporte individual tornaram-se parte da paisagem urbana das grandes cidades brasileiras. Agora também começam a oferecer serviços de mídia e ativação de marcas. Pioneira no Brasil, a SCOO, dos sócios André Figer e Denis Lopardo, atua em projetos de inovação tecnológica, inteligência da informação e mobilidade desde 2018. Empresa 100% brasileira que opera através de um modelo exclusivo de soluções customizadas de aplicativos, patinetes, bikes, capacetes e bases patrocinadas. Nesta entrevista,
eles contam como começaram a empresa e o que esperar no  
futuro próximo de novidades na área de micromobilidade urbana.

Como surgiu a SCOO?

A SCOO foi fundada em agosto de 2018. É uma empresa 100% brasileira formada por alguns sócios que resolveram fazer um investimento em uma frota de patinetes elétricos para testar o modelo que já existia no exterior. Fomos os pioneiros no país e chegamos com uma proposta de mobilidade sustentável, de organização do espaço público e segura, através da oferta gratuita de capacete, por exemplo.

Nosso principal diferencial foi entender que, além da operação nas ruas direta para o usuário final, poderíamos explorar o mercado corporativo. Optamos em seguir por esse caminho e hoje, somos a única startup com essa experiência e expertise de atuar em parceria com empresas, como veículo de mídia e ativação em eventos.

A SCOO já opera em quais cidades?

Atualmente, operamos na cidade de São Paulo e durante o ano de 2020, vamos expandir para pelo menos, outras 30 cidades do Brasil. A ideia é levar as frotas para essas regiões através de patrocínio, ou seja, quando uma empresa financia a operação e tem a sua marca estampada nos equipamentos.

As bikes e patinetes já fazem parte da paisagem urbana das grandes cidades. O quanto esse mercado cresceu desde que vocês começaram a operar?

Sobre o mercado de mobilidade, o indicador de crescimento é assustador. Desde 2015, já foram investidos mais de 5.7 bilhões de dólares em micromobilidade. É o que mais cresce no mundo, acima até, do setor de smartphones. Só para se ter uma ideia, a previsão é que em 2030, a micromobilidade compartilhada deverá atingir entre 300 e 500 bilhões de dólares.

Como esta a questão da regulamentação do uso de capacete e outros dispositivos de segurança?

A SCOO sempre foi totalmente favorável à construção de uma regulamentação e, a partir das primeiras conversas com a Prefeitura, a gente sempre esteve muito próximo e até contribuindo com essa construção. Desde o início da nossa operação, apostamos muito em segurança, por isso, sempre ofereceremos gratuitamente o capacete para os nossos usuários. Acreditamos que a mobilidade tem de estar aliada às outras necessidades para a locomoção sem riscos.

Diariamente, vemos no noticiário acidentes com as bikes e patinetes, como vocês lidam com esses problemas? Tem havido muitos roubos e depredações dos equipamentos?

Esses temas são muito potencializados quando analisados isoladamente, por ser tratar de um mercado novo. Mas, quando a gente coloca em perspectiva com outros mercados, com outros modais, por exemplo, o número de acidentes com motos, o indicador é infinitamente menor. Na nossa operação, não registramos nenhum acidente grave ou com vítimas. E a margem de roubo e depredação é pequena, muito menor do que imaginávamos.

Serviços de entrega como o iFood têm usado as bikes e patinetes, foi feita parceria com eles?

Sim, nós temos parceria com o iFood em que foi desenvolvida uma solução bastante completa, que vai muito além da simples entrega de comida através de uma patinete. Desenvolvemos um modelo exclusivo para eles, com mais resistência, autonomia e segurança. Oferecemos também uma estrutura de retirada e devolução desses equipamentos, sempre com o capacete. Aplicamos treinamento e aprimoramos constantemente a solução. Até o momento, já realizamos mais de 60 mil entregas iFood e SCOO.

Além do Metrô, parceria lançada recentemente, haverá outras?

Estamos bastante focados e trabalhando duro para entregar o serviço nas estações da Linha Amarela e Lilás, com a melhor qualidade. É um grande desafio, mas que nos enche de orgulho e sonhos. Temos muito trabalho pela frente e toda a nossa atenção está voltada para esse projeto, no momento.

Que novidades podemos esperar na área de mobilidade compartilhada?

O futuro da micromobilidade é a intermodalidade, ter todas as tarefas e modais dentro de um mesmo aplicativo. Por isso, a SCOO é uma empresa que vai muito ao encontro com esse modelo. Somos muito mais do que uma startup que oferece o compartilhamento de patinetes, entendemos que podemos desenvolver infinitos modelos de projetos, esse é o futuro.