A presidente Dilma Rousseff enfrenta neste momento os piores índices de avaliação de um líder do executivo brasileiro desde o escândalo do Mensalão. De acordo com os dados do #PulsoBrasil da Ipsos de fevereiro deste ano, 50% da população brasileira considera a sua administração ruim ou péssima (contra 18% de Ótimo/Bom) – lembrando que durante as eleições sua avaliação negativa era de 28% (contra 39% de Ótimo/Bom).
Mesmo em regiões onde o governo da presidente Dilma historicamente recebeu apoio maior que a média nacional, os números apresentam tendência negativa. A avaliação positiva do Nordeste brasileiro caiu de 46% de Ótimo/Bom no fim de 2014 para 32% em fevereiro 2015 – no mesmo período, a negativa subiu de 20% para 34% de Ruim e Péssimo. Em 10 anos de #PulsoBrasil, este é o maior patamar de avaliação negativa alcançada por um governante.
A pesquisa realizada pela Ipsos nas cidades de São Paulo, Recife e Porto Alegre nos últimos dias aponta um crescente apoio às manifestações agendadas para o próximo domingo (15) pelo impeachment da presidente.
Entre os motivos para se manifestar, o impeachment fica em segundo plano, citado por 32% dos respondentes, perdendo relevância para temas como corrupção e inflação, com 67% e 52%, respectivamente, seguidos de saúde, insegurança, educação e transporte.
Para 29% dos respondentes, após o pronunciamento da presidente, e o panelaço que se seguiu, aumentou sua vontade de participar das manifestações. O momento é de insegurança, com 72% duvidando de que não haja risco de demissões em massa, sendo que mesmo aqueles que aprovam o governo Dilma estão divididos – 50% também duvidam.
Veja mais insights da pesquisa:
– 49% dos entrevistados sabem da existência e apoiam as manifestações
– Em dois dias, subiu de 70% para 82% o percentual de pessoas informadas sobre as manifestações agendadas para 15 de março. Entre os informados sobre as manifestações, dois em cada três apoiam
– 24% da amostra consideram participar das manifestações
– 18% acreditam na afirmação de que o aumento de preços é temporário (81% não acreditam)
– 84% não acreditam na afirmação de que o governo esteja fazendo os ajustes necessários para economia (14% acredita que sim)
– 38% acreditam que o período de seca justifica o aumento de preços (62% não concordam que se possa imputar à crise hídrica o aumento de preços)
– 73% não concordam que a crise atual se deve à crise econômica internacional (24% concorda).
Rejeição
De acordo com dados do Scup, ferramenta de monitoramento e análise de mídias sociais, os paulistas são os mais engajados no assunto do impeachment de Dilma Roussef. Entre as 390 mil menções coletadas desde 9 de fevereiro, um dia depois do discurso em rede nacional da presidente, 39% partiram de São Paulo, estado onde o PT perdeu nos dois turnos das eleições. Além disso, a maioria dos usuários favoráveis à interrupção do governo federal é formada por homens (68%).
Ainda segundo a pesquisa do Scup, a opinião do internauta que usa as redes sociais para falar sobre o impeachment de Dilma Rousseff tem opinião formada sobre o assunto, com 90% das postagens sendo negativas e somente 8% das menções favoráveis à presidente.