Organizações não governamentais se uniram para criar um fundo emergencial de crédito para apoiar os pequenos e micro negócios da periferia, afetados em cheio pela crise decorrente da pandemia da Covid-19. A iniciativa reúne a Empreende Aí, escola de negócios da periferia para a periferia, a Firgun, plataforma de empréstimo coletivo, e a Impact Hub, organização conectada a uma rede global de empreendedores.
O fundo já recebeu doações da Fundação Casas Bahia, GPA, Paypal, entre outras empresas, fundações, ONGs, institutos e pessoas físicas interessados em socorrer os microempreendedores que atuam em bairros da periferia. Os negócios vão desde um salão de beleza, barbearia, marmita, oficina de costura, buffet de festa, food truck a pequenos restaurantes. Muitos já pararam de vender desde a primeira semana de isolamento, e precisam de recursos urgentemente para as suas despesas básicas.
“Esses empreendedores são mais vulneráveis ao impacto da paralisação econômica provocada pelo coronavírus, pois eles não têm reserva de emergência nem capital de giro e têm mais dificuldade em acessar as linhas de crédito tradicionais”, explica Fabio Takara, fundador da Firgun.
“Temos um histórico de parceria com o Empreende Aí e neste momento, muito crítico para a sociedade em geral, especialmente para comunidades mais carentes, nós fazemos questão de ajudar para que os empreendedores possam seguir com seus negócios”, afirma Helio Muniz, diretor de Comunicação Corporativa, Sustentabilidade e Diversidade e Relações Institucionais, responsável pela Fundação Casas Bahia.
A meta de captação do fundo é de R$ 500 mil, suficiente para atender até 200 microempreendedores, que poderão levantar até R$ 3 mil. Segundo Takara, essa linha de crédito especial terá uma carência de pagamento de 120 dias. Ele informa também que o empréstimo começará a ser pago após o quarto mês e terá taxa de juro mensal de 1%. Em uma segunda fase, quando os empréstimos forem pagos, o recurso será revertido para a Firgun, Empreende Ai e Impact Hub apoiarem os empreendedores no pós- crise.
De acordo com Luis Coelho e Jennifer Rodrigues, sócios fundadores da Empreende Aí, estão sendo mobilizadas mais de 30 empresas, institutos e fundações interessadas em ingressar no fundo. A cota mínima para integrar o fundo é de R$ 30 mil.
“O fundo é uma questão humanitária, mas é também uma forma de tentar manter a economia girando, visto que se muitas pessoas começarem a perder sua renda, os negócios começarem a quebrar e as dificuldades aumentarem, o prejuízo é gigante”, destacam os fundadores da Empreende Aí. Vale lembrar que as empresas que fazem doação tem direito a isenção de 2% do Imposto de Renda, conforme o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil ( MROSC).