Um estudo da empresa de educação corporativa Insperiência concluiu que o as empresas demandam criatividade de seus funcionários, mas o seu ambiente é pouco propício para o desenvolvimento de habilidades que levem as pessoas a esse sentido, tornando-se um grande obstáculo para a criatividade.
Segundo os dados obtidos a partir de pesquisas qualitativas com 121 profissionais de grandes empresas apenas 5% não se consideram profissionais criativos, e mais da metade (59,5%) afirmaram que as empresas pedem para que sejam criativos ou tragam soluções criativas. Entretanto, apenas 25,6% afirmaram que as empresas incentivam a criatividade e só 19% dissera que elas inspiram as pessoas a serem criativas.
“Não incentivar a criatividade e, portanto, não dar espaço para que os funcionários e as equipes aumentem seu repertório, acaba limitando o trabalho da empresa. Para que uma corporação garanta a sua vida a longo prazo, ela deve procurar formas de inovar, no sentido de encontrar novas soluções para resolver problemas. Com equipes sem liberdade para se arriscar e criar novas estratégias e soluções, a empresa tende a executar o mesmo processo durante sua vida, ou seja, estagnar”, avalia Fabrício Ramos, CEO da Insperiência.
“Criatividade tornou-se uma competência que já faz parte do script do bom profissional, mas as empresas muitas vezes não reconhecem que são responsáveis por parte dessa habilidade”, Elas tratam a criatividade como um dom ao invés de correr atrás de alternativas para o desenvolvimento de criação”, prossegue.
Ainda na pesquisa, as pessoas quando questionadas sobre o que elas achavam que deveria mudar nas empresas para criar um ambiente criativo, algumas respostas chamaram mais atenção. Uma delas é “Deixar os profissionais exercerem sua função sem ficar determinando tudo o tempo todo sem dar autonomia.” ou “Dar a devida liberdade pra a efetividade das ações”.
Questionados se as empresas davam liberdade para elas, apenas 48% responderam que sim. “Para que em uma relação empresa-funcionário haja liberdade e confiança tem que envolver uma terceira palavra indispensável para que a fórmula funcione: responsabilidade. O funcionário tem que ter senso de responsabilidade para arriscar e propor ideias inovadoras dentro do prazo e do briefing proposto pela demanda, e a empresa é a responsável por dar as responsabilidades para os seus funcionários, ao lado da liberdade e da confiança. Este senso de responsabilidade dos colaboradores, também pode ser chamado de comportamento empreendedor ou mente empreendedora”, avalia Ramos.
Para ele, na era digital, ser criativo não é um diferencial estratégico, mas questão de sobrevivência. “Vimos com as mudanças mais recentes que não necessariamente a empresa que inova mais vive por mais tempo, mas a capaz de se adaptar às mudanças e acompanhar novas tendências. Por meio da criatividade esse processo é possível, além de você ter a possibilidade de sair na frente, você não fica para trás”, reflete.