Publicidade é um mundo novo para mim. Por quase duas décadas, estive contando e ouvindo histórias como jornalista.
De rotinas similares, o indispensável café pelas manhãs e o ritmo acelerado e por vezes frenético, se encontram nesses dois universos complementares.
E no fim, a sintonia que encontrei nas diferenças, que hoje é o motor propulsor das ideias, das construções e das inspirações, vem da energia.
Muito mais que definir inspiração de acordo com o que diz o dicionário, ou na linguagem de cada um, é entender de onde ela brota, como ela transborda quando precisa e quando faz a gente se reerguer nos dias mais intensos e difíceis.
Nessa nossa nova rotina em meio ao caos da pandemia, foi preciso ressignificar não só o conceito de casa, do espaço, dos novos momentos, mas descobrir formas de se reenergizar, de se fazer sempre presente mesmo nas distâncias, de puxar o barco, mas também de se deixar levar.
Para mim, esse combustível de energia vêm sempre das manhãs, da meia luz que entra na sala, dos exercícios diários que reabastecem a minha caixinha de serotonina, das caminhadas com os meus cachorros, que me rendem ideias muitas vezes engasgadas.
E aí, é o gravador do celular meu fiel companheiro para divagações que depois se transformam em estratégias, em campanhas, em novas pautas.
No silêncio do home office também entendi a necessidade do movimento de desligar.
De ativar nosso modo avião interno quando o necessário não vem.
Dar um tempo para a mente, para o corpo e deixar as ideias virem.
É nessas horas que aproveito para cuidar das plantas, escrever coisas aleatórias e ouvir música.
Com as energias recarregadas, eu me sinto pronta para voltar para os desafios do dia a dia.
Esse momento às avessas, por assim dizer, fez com que o trabalho e a rotina ganhassem um peso maior no nosso dia a dia.
Quase sempre somos apenas nós: o computador e o silêncio. A gente sente falta das trocas cara a cara, do café que muitas vezes se transforma em uma nova ideia, em um projeto.
Mesmo nesse nosso momento 100% digital, tento fazer presente os já famosos happy hours e as conversas sem crachá, mas regadas de trocas, conselhos e inspirações.
Na área de content foi assim que as sextas filosóficas ganharam vida, para que pudéssemos recarregar energias de forma coletiva.
E tem dado certo.
Enquanto escrevo e aguardo os minutos que me restam antes da próxima reunião, aproveito o balançar da rede, os passarinhos que por sorte posso ver da janela, e uma bela xícara de café para buscar força e energia para mais um dia.
E tudo bem se nessa correria silenciosa a gente precisar parar um pouco.
No fim, é sobre entender e respeitar nossa bateria interna e conseguir prever a hora de recomeçar.
Mariana Luchesi é gerente de conteúdo da Jüssi