“Qualquer amante de filmes de ficção científica já sonhou em ter sua própria oficina de apetrechos para facilitar a vida e salvar o mundo. Quem nunca quis ser dono de uma mochila a jato, de um óculos que reconhece o outro, e daquele relógio que filma tudo ao seu redor? O ano de 2014 trouxe, para cada vez mais perto, essa realidade que parecia tão distante.
Os wearables, dispositivos que começaram a surgir há tempos e continuam em desenvolvimento, nunca estiveram tão em alta. Eles são nada menos que objetos acopláveis ao corpo que tornam a imersão e a conexão ao mundo virtual cada vez mais profundas, acessíveis e simplificadas.
A tecnologia vestível surgiu quando as empresas perceberam que os usuários necessitavam de algo que trouxesse mais facilidade e acessibilidade ao conteúdo que os serviços ofereciam. Gigantes da tecnologia como Motorola e Apple, além de pequenas empresas, estão preocupadas em encontrar finalidades ainda mais específicas para os gadgets, e não estão poupando esforços para desenvolver novos objetos. Os itens mais óbvios, não coincidentemente, são os primeiros a chegar ao mercado: relógios, pulseiras e óculos agora contam com processadores próprios e podem se integrar com facilidade a smartphones e tablets.
Os smartwatches, como Moto 360 e Apple Watch, chegaram antes dos óculos, mesmo porque, embora alguns desenvolvedores já tenham acesso, o Google Glass – que está entre as principais apostas do segmento – ainda não foi lançado oficialmente.
Um smartwatch pode servir tanto como aparato para entretenimento usado para ouvir música, tirar fotos ou conversar com os amigos, como também desempenhar papéis importantes voltados, por exemplo, a saúde e prática de esportes.
Há também aqueles que podem ser conectados aos carros, facilitando a interação entre motorista e automóvel, que podem reduzir as distrações e até evitar acidentes.
Não se pode ignorar as possibilidades e também os desafios que a aplicação dessa tecnologia trará para a publicidade. Ainda que pouco exploradas, já começam a surgir ideias para inserir novos conteúdos publicitários para essa ferramenta.
Para o Google Glass, por exemplo, já está em desenvolvimento um aplicativo que registra suas compras, soma automaticamente o valor e, baseado nas suas características de consumo, sugere opções – mostradas diretamente em seu visor – que poderiam te interessar.
No segmento de e-commerce há um aplicativo, já existente para smartphones, que tem grande potencial para ser melhorado e adaptado à tecnologia vestível: um sistema onde você tira foto de um produto e ele busca artigos semelhantes dentro do e-commerce.
As pessoas estarão cada vez mais conectadas, e, dependendo de como usarem a internet, poderão absorver mais rapidamente informações, facilitar a rotina de estudos, se atualizar das notícias em tempo real, além de, guiadas pelo cruzamento e grande fluxo de dados, ter a possibilidade de aprimorar aspectos individuais.
Consumir muito mais web pode ser sim uma grande vantagem que já foi percebida pelos mais imersos nessa nova realidade. É um universo que deixa de ser ficção científica para virar rotina.”
* Entre em contato com o autor, que é diretor de tecnologia da Be_air, no email tales.galvao@beair.ag