Ele largou a agência da qual era sócio, cofundador e copresidente e, aos 47 anos, baseia seu futuro na decisão de fazer algo que não o faça se sentir “ultrapassado”. “Eu não quero ficar velho!”, brinca, mosttrando uma imagem que ele colocou no Instagram, fiel à suas feições atuais, porém talentosamente envelhecida com as ferramentas que o fizeram um dos mais respeitados diretores de arte do mercado brasileiro. “No nosso negócio, a gente tem que se renovar o tempo todo, e eu estava me sentindo velho”, destacou durante sua apresentação no Fiap 2013, realizado de 29 de abril a 1º de maio em Miami.
“Quando você tem prêmios e reconhecimento da indústria, você se sente orgulhoso. Mas às vezes você precisa descer do salto. No Brasil, muitos publicitários são tratados –e até acreditam ser – como rockstars. Mas não podemos nos acomodar nunca. Temos que continuar sempre aprendendo”, aconselhou.
Baseada em conselhos à audiência – formada por representantes de agências e anunciantes do mercado ibero-americano –, a apresentação de Ray mostrou alguns dos pontos que o profissional pretende buscar em sua futura experiência profissional – ainda não definida. “Uma das coisas que eu aprendi é que quem cria, não deve negociar. O criativo sempre quer que seu trabalho apareça, seja aproveitado, o que torna o processo complicado. Por isso, uma dica: protejam seus criativos. É muito fácil matar uma boa ideia, e não devemos deixar acontecer. Além disso, não os deixe pensar pequeno. Lembrem-se que pensar pequeno dá o mesmo trabalho que pensar grande”.
Outra intenção de Ray é se manter próximo dos jovens – ainda ligada à ideia de não “envelhecer”, independentemente da idade. “Se manter jovem é se manter junto de pessoas jovens”, ressalta. Também chamou a atenção dos criativos presentes para terem mais foco – principalmente no caminho à frente. “Você não pode dirigir um carro olhando no retrovisor. Nós somos criativos. Faremos a indústria andar para frente”.
Após sua saída da BorghiErh/Lowe – hoje Borghi/Lowe, comandada por seu ex-sócio José Borghi –, Erh estudou desde novos modelos para abrir um novo negócio até propostas como a da DPZ de assumir como co-CEO de uma das mais emblemáticas agências brasileiras – agora sob controle do francês Publicis Groupe. Ainda sem tomar nenhuma decisão sobre o futuro, ele garante que ela será baseada em algo que lhe gere felicidade e, principalmente, desafio. “Vendi minha agência porque comecei a não sentir medo de nada. Tudo andava muito bem, quase programado. Depois disso, comecei a ter que pensar no próximo passo. Isso é o que vou procurar daqui pra frente”, finalizou.