De repente, todo mundo “descobriu” o conceito ESG. Basta abrir jornais ou mesmo navegar pela web para se deparar com uma verdadeira avalanche de matérias relacionadas ao tal ESG. Na verdade, os conceitos por trás dessas três letras mágicas não são novos.
Vejamos a letra E Environmental/Ambiental). Conduzir atividades respeitando o meio ambiente, otimizando materiais e evitando desperdício de energia já é uma prática relativamente habitual de muitas empresas antenadas, há bom tempo.
Com relação à letra S (Social), também já é uma prática das empresas mais sensíveis e conscienciosas a preocupação com a inclusão e a diversidade entre os seus colaboradores, assim como a adoção de política de trabalho que respeite os direitos dos funcionários, sua privacidade e liberdade de expressão, entre outros pontos.
E no que tange à letra G (Governança), a busca por transparência e práticas não abusivas com todos os stakeholders, além de condutas éticas e totalmente alinhadas a uma gestão honesta e cumpridora de deveres, também é algo buscado pelas empresas sérias. Mas o que está acontecendo agora é que a nova embalagem dada a esses princípios permitiu maior absorção e, principalmente, valorização de todo o mercado.
Investidores dão preferência a empresas que demonstram alinhamento a esses princípios. Outras passam a exigir relatórios que demonstrem práticas em compliance com o conceito ESG de fornecedores e parceiros. Ser responsável em termos de ESG já não é um diferencial, é uma obrigação.
O momento agora é de revisar processo e práticas para identificar necessidades de adequação a esses princípios. É um trabalho que pode depender de consultorias especializadas.
Segundo a KPMG, uma dessas consultorias, o processo leva em conta as seguintes etapas: Avaliação, Estratégia e Propósito, Transformação, Implementação, Medição, Reporte e Asseguração.
Como se vê, nem sempre é simples de se adequar sem ajuda externa. Mas já dá para ir adotando medidas que, por bom senso, vão se alinhando a esses princípios. No caso de Eventos, por exemplo, não é muito complicado tomar medidas adequadas.
Vejamos: Na área ambiental: Fazer uso racional dos recursos naturais (Pensar numa cenografia que use materiais reciclados, por exemplo); Reduzir a emissão de gases de efeito estufa (Ar-condicionado que não use gases que causam efeito estufa, por exemplo); Zerar desperdícios (Uso de cenografia e materiais que possam ser reaproveitados).
Dimensionar alimentos de forma consciente, evitando desperdício. Não usar garrafas de água descartáveis, dando preferência para o uso de squeezes ou garrafas reutilizáveis;
Buscar a plena eficiência energética (Iluminação natural e/ou uso de energia alternativa. Uso de LED); Tratar os resíduos sólidos (Prever a coleta e direcionamento correto do lixo derivado de um evento. Facilitar a localização de coletores de lixo).
Na área social: Melhorar as condições e as relações de trabalho (Evitar carga horária excessiva – as tais “viradas noturnas”. Não ser condescendente com políticas inadequadas de fornecedores. Exigir regularidade trabalhista); Estimular políticas de inclusão e diversidade (Observar equilíbrio de gêneros.
Buscar diversidade racial, sexual e etária entre os profissionais envolvidos no evento (Incluir pessoas com algum tipo de deficiência); Treinamento adequado para os funcionários; Respeitar os direitos humanos; Garantir a privacidade e segurança de dados de funcionários e clientes; Promover impacto positivo por intermédio do evento.
Em relação à governança corporativa: Garantir remuneração justa para todos; Ter tratamento respeitoso em todas as esferas e entre todos os stakeholders; Seguir condutas éticas e anticorrupção nos negócios; Praticar transparência fiscal; Impedir casos de assédio, discriminação e preconceito.
Bem, espero que essas dicas simples e básicas ajudem você a começar a se enquadrar nos princípios ESG. Vai ser bom pra todo mundo!
Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)