Julian Treasure: as marcas dão pouca importância ao som/Divulgação

Fique atento ao som da sua marca. Ele pode afastar cliente, influenciar negativamente no faturamento de uma empresa, mas, se bem explorado, pode incrementar vendas e interagir com o consumidor. Estas e outras dicas farão parte da apresentação de Julian Treasure, que participa do primeiro dia da 22ª Semana Internacional da Criação Publicitária, que acontece de 14 a 18 de abril, na Fecomércio, em São Paulo. Treasure é convidado da agência LongPlay Comunicação 360º.

Julian Treasure criou há três anos em Londres a empresa The Sound Agency (www.thesoundagency.com), uma consultoria de som voltada para marcas e negócios. Entre as suas constatações, o principal alerta é de que a maioria das marcas pensa apenas na apresentação visual dos seus produtos e não dá importância ao lado sonoro que elas vivenciam no mercado.

Treasure diz que o varejo é o segmento no qual o som ambiente mais prejudica o processo de vendas, com a desagradável mistura do barulho de carrinhos de compras, crianças gritando e o som dos caixas. Ex-baterista de bandas pós-punk nos anos 70 e 80, ele afirma que as estratégias para tornar ambientes sonoramente mais agradáveis envolve estudos de espaço físico, acústica, perfil de consumidores e das marcas.

Segundo o inglês, não basta simplesmente escolher uma música, mesmo que ela seja comercialmente boa. Entre outras coisas, o target da marca é o que define a escolha do som. Um exemplo disso é um dos seus mais recentes trabalhos, realizado para uma das maiores redes de lojas de brinquedos do Reino Unido. “Tiramos um ritmo chato de música infantil que irritava os pais e colocamos música clássica. As vendas aumentaram em 5%”, conta ele.
Treasure também é autor do livro “Sound Business” (www.soundbusiness.biz), lançado em março de 2007. Nele, o autor parte do raciocínio de que “o som sempre afeta” já que o ser humano desenvolve a experiência da audição logo após a sua concepção até a morte, 24 horas por dia.

Ele lembra ainda que houve uma grande transformação nos sons da humanidade nos últimos 200 anos e que no mundo moderno, principalmente nas regiões urbanas, a maior parte do som é feita pelo homem. “Mais cedo ou mais tarde, todo e qualquer tipo de negócio vai ter de ser responsável pelo som que produz”.

Até mesmo o telefone pode ser um grande aliado ou o maior inimigo de uma marca no aspecto sonoro. Da música irritante de espera ao tipo de voz do atendente de telemarketing, tudo pode piorar nos negócios de uma empresa. Treasure reforça que o grande erro é que os sons que escutamos são acidentais (e a maior parte desagradáveis) e não pensados pelas marcas como uma ferramenta mercadológica que pode melhorar resultados e aumentar a satisfação dos consumidores.