Ter uma ideia genial, criar algo inovador ou mudar a forma como o mundo consome algum serviço podem tornar um aplicativo um verdadeiro sucesso. No entanto, tanto para marcas como para pessoas que têm o desejo de empreender, as dúvidas são muitas sobre a relevância, o investimento e o mercado certo para apostar as fichas. Por isso, profissionais do mercado foram convidados pelo PROPMARK para responder a seguinte pergunta:  qual o segredo para criar um aplicativo de sucesso, que tenha relevância e que mude a forma como os serviços são oferecidos? Confira as repostas: 

André Guimarães, coordenador do MBA Executivo em Negócios Digitais da Inova Business School SP1-Paulista

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“Empresas buscando desenvolver um aplicativo gastam um tempo considerável de seu planejamento se preocupando com aspectos tecnológicos ou técnicos como: quais plataformas móveis adotar (iOS, Android, Windows Phone etc) ou se o aplicativo será baseado em HTML5, nativo ou híbrido. Essas questões são importantes e não há dúvidas que poderão impactar o sucesso e a relevância do aplicativo. No entanto, minha opinião é que todo desenvolvimento deveria começar com o mais básico que é definir com clareza o objetivo principal do aplicativo e quais resultados comerciais sua empresa busca com esse desenvolvimento. Muitas empresas lançam um aplicativo sem ter uma ideia clara dos resultados esperados em seu negócio. Nessas horas é muito importante partir de um caso concreto ou uma oportunidade de negócio que justifique o investimento”. 

Fabiano Coura, VP Managing Director de R/GA Brasil

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“Certamente não existem segredos, e sim técnicas. Já dizia Jobs que “para qualquer coisa que você pensar, there is an app for that”. Então o desafio é, no meio de tanta oferta, realmente você desenhar uma experiência que consiga fazer de fato parte da vida das pessoas. Ou seja, não basta ter uma proposta diferenciada e interessante que incentive a instalação, se depois de acessar uma única vez o aplicativo o usuário nunca mais voltar a abrí-lo. O valor e a relevância está no uso continuado, tanto para a empresa, quanto para o usuário. O que a gente observa é que isso só é possível mesmo se o aplicativo ocupar um comportamento que já exista na vida desses consumidores ou usuários. Cito um exemplo: para a Nike, um comportamento já existente em parte de seus consumidores é o de correr em grupos de pessoas. Isso porque correr com amigos ou correr para fazer amigos torna a atividade mais social e mais divertida. Para que a marca pudesse se apropriar desse comportamento, criamos o aplicativo Vem Junto, que oferece às pessoas a oportunidade de criar seus próprios eventos de corrida e convidar outros corredores para correrem juntos pelas mais diversas razões – tem gente criando evento de corrida com cachorro, com os filhos, na madrugada ou no Minhocão. Enfim, oferecendo um serviço que está dentro do próprio universo da marca e que está associado a um comportamento já existente por parte de seus consumidores, a Nike tem “patrocinado” momentos relevantes desses corredores e conseguiu criar um serviço que passou a fazer parte naturalmente do dia a dia de seus consumidores”. 

Eduardo LHotellier, CEO do GetNinjas

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“Para que um aplicativo tenha sucesso no mercado é preciso, acima de tudo, trabalhar duro para que você chegue num modelo que atenda às necessidades do seu público de interesse. Por isso, é sempre importante identificar uma necessidade no mercado e partir para a estratégia de oferecer uma solução. No meu caso, percebi que no Brasil havia muito marketplace de produto, mas nenhum com foco em serviços. Decidi, então, investir no meu próprio negócio e começar o GetNinjas em 2011. Um conselho que dou para todos é que por mais que seu produto não esteja 100% do jeito que você queria, lance no mercado dessa forma mesmo. Como se diz no meio de startup, “se você não tiver vergonha de sua primeira versão, é porque demorou tempo demais para lançá-la”. É ouvindo seu público que você vai conseguir melhorar o app e adaptá-lo às necessidades reais dos usuários”. 

Sergio Pellizzer, sócio e CEO da agência Criah

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“Pensando na ideia de app de sucesso, o primeiro é entender se sua marca merece mesmo ter um app próprio. Se sim, essas são dicas primordiais:

Seu app nunca deve estar na lista quando o assunto é: “minha memória está cheia e preciso deletar uns apps para liberar espaço”.

Tem de consumir pouca banda de internet, sem prejudicar o 4G do usuário; caso contrário ele só vai pensar em usar quando estiver em um ambiente com wi-fi.

App que transforme serviços burocráticos em experiência práticas e divertidas. Exemplos: que consiga fazer o pagamento caso não tenha dinheiro em mãos, que possa fazer assinaturas de serviços sem ter que passar pro call center etc.

Tem de entrar na categoria “killing time”, que é quando as pessoas estão em filas, no banheiro, no ônibus. Exemplos: games rápidos e conteúdos que distraiam as pessoas.

Interface rápida e de fácil entendimento é o essencial. Se basear na usabilidade de redes sociais onde as pessoas já estão habituadas a navegar, é um caminho bom. Pois o usuário não precisa aprender um novo jeito de usar um aplicativo.

E, por fim, pensar em algo que ainda não foi feito. Não criar uma rede social nova, mas sim aproveitar do ambiente de serviços que deixam muito a desejar, como planos de saúde, seguros de carros, aluguéis de cassa, carro, viagens, entre outras necessidades”.

 Adriano Ribeiro, head de operações da Kiddo

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“A chave para um aplicativo relevante é entendê-lo como um produto e não um simples projeto. Ele deve ter um propósito específico, agregando valor de verdade para alguém. Uma dica para começar é responder perguntas como: Qual minha proposição de valor? Pra quem a entrego? Em que contexto? Qual o formato ideal?

No momento de planejamento, não é raro listarmos um backlog de dezenas de funcionalidades legais. A busca pela tríade: relevância, contexto e forma ajuda a manter um trabalho coerente. Priorização é um exercício que exige muita disciplina. Produtos que fazem tudo no papel, nunca saem dele. Como produto, o App é vivo e está em constante evolução. Isso exige um corpo-a-corpo constante com usuários para entender padrões de uso e identificar novas oportunidades”. 

Leon Kulikowski, Mobile Strategist na Adobe Brasil

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“Estamos caminhando para um futuro cada vez mais mobile, porque hoje o smartphone já é um dos canais mais importantes para impactar o consumidor. Um aplicativo de sucesso hoje passa por três pilares:

1. Crie a experiência de um aplicativo indispensável: Quando os aplicativos são atraentes e relevantes, eles rapidamente se tornam essenciais para os clientes. Um aplicativo que tem grande utilidade, passa a fazer parte do dia-a-dia das pessoas;

2. Ofereça experiências impactantes e pessoais: Uma ótima experiência passa por um design incrível e excelente navegação;

3. Ofereça e meça mensagens e experiências vinculadas à localização: Forneça personalização de aplicativos, direcionando as pessoas com base em suas localizações ou na proximidade a sinais de orientação.

Felipe Almeida, CMO e sócio-fundador da Zup

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Um aplicativo de sucesso nasce, primeiramente, de uma necessidade que não está sendo bem entregue por outros players ou que ainda não foi explorada por ninguém. Ter estratégia de mercado e foco é fundamental para conseguir fazer um app disruptivo que atinja seu público e leve relevância ao cliente na experiência que se propõe para converter em resultados. Como princípios básicos, o app precisa ser simples e fluído e não fazer o usuário pensar. Criar um app intuitivo é o ideal para evitar desistências de uso e tenha sempre feedbacks dos usuários para seguir inovando sempre.

Tallis Gomes,  fundador e CEO da Singu

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“Aplicativos são apenas o meio, a resolução de problemas é o fim. O segredo para criar um negócio de sucesso é resolver uma dor compartilhada por um grande número de pessoas, suficientemente bem para que essas pessoas tenham vontade de indicar sua solução para o seu network. Este efeito multiplicador exponencial te permite crescer agressivamente pelo simples fato de você se tornar necessário na vida das pessoas.”

Marcelo Tripoli, sócio e CCO da REF+T

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O primeiro passo para uma marca (produto ou serviço) é avaliar se vale realmente a pena ter um app próprio. É importante fazer uma análise de mercado para entender se há espaço para esse perfil de app, se há público. Estudos mostram que, normalmente, as pessoas instalam diversos apps porém utilizam poucos, se limitando aos mais conhecidos. Em média, entre 3 e 4 apps. Até por isso é raro encontrar histórias de sucesso de marcas em aplicativos. E, nesse contexto, as vezes é válido aproveitar algum app já existente  para potencializar os esforços e alcance.

Após essa análise, se fizer realmente sentido para a marca ter um app, que seja sob o conceito meaningful. Ou seja, que leve conteúdo e entretenimento ao seu público e agregue no dia a dia das pessoas. Resumindo, que sirva para algo. O Meaningful Marketing, tema do meu primeiro livro, é um tendência em ascensão no mundo todo e vale para o universo dos apps. As marcas se conectando às pessoas pelo valor que geram.