Notícias falsas podem ser usadas para aplicar golpes, levar a população ao desespero e até mesmo a tomar decisões que podem prejudicar a saúde. “Só se percebe o prejuízo de uma notícia falsa ou boato quando você é atingido”, afirma Jorge Tarquini, professor de Jornalismo da ESPM.

Apesar de não existir uma legislação específica sobre a divulgação de conteúdos falsos no Brasil, quem espalha esse tipo de material enganoso pode responder na justiça. É o que explica Luiz Carlos Correa, coordenador da Pós-Graduação em Direito Digital da ESPM. “Esta lacuna da lei não impede uma eventual responsabilização daqueles que produzam ou repassem essas notícias falsas, ainda mais quando são direcionadas a uma pessoa ou grupo específico, com o objetivo de prejudicar sua imagem”.

De acordo com o especialista em direito, vítimas de fake news podem buscar medidas judiciais para responsabilizar quem criou ou divulgou o conteúdo. “Seja na esfera cível, por meio de uma indenização reparatória, ou na esfera criminal, que pode levar a uma condenação quando praticados, por exemplo, os crimes contra a honra”.

Como combater fake news e quais as consequências para quem compartilha (Shutterstock)

São considerados crimes contra a honra:

Calúnia (atribuir falsamente a alguém a autoria de um crime)
Difamação (atribuir a alguém um fato ofensivo à sua reputação)
Injúria (falar a alguém algo desonroso e que ofende a sua dignidade, o famoso xingamento)

Fonte: Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

O combate às fake news

De acordo com Tarquini, atualmente as principais iniciativas de combate as notícias falsas são as agências de fact checking. Veículos jornalísticos como Aos Fatos, Comprova, Fato ou Fake e Lupa, que verificam a veracidade de conteúdos que viralizam nas redes. Mas cidadãos comuns também podem ajudar nesse combate.

Confira dicas para participar da batalha contra a desinformação:

Pesquise

Recebeu algo e ficou desconfiado? Uma rápida busca sobre o assunto no Google pode te dar pistas se aquele conteúdo é verdadeiro ou não. Se aquela informação for verdadeira, provavelmente será publicada por um veículo de imprensa tradicional. Nessa busca você poderá descobrir também se alguma agência de checagem já investigou essa história. E se não encontrar nada sobre o assunto em suas buscas, terá mais um motivo para desconfiar.

Não conhece a fonte? Não compartilhe!

Recebeu algum conteúdo em um grupo de WhatsApp sem fonte ou de alguma que você nunca ouviu falar? Não compartilhe! Afinal, é assim que as notícias falsas se espalham.

Desconfie até do seu melhor amigo

Não é porque alguém conhecido te enviou um conteúdo que aquilo é verdade. Seu amigo ou familiar também pode estar sendo enganado.

Verifique a data da publicação

A informação compartilhada pode ser verdadeira e de uma fonte confiável, mas ter sido publicada há meses ou até anos. É comum notícias antigas voltarem a circular como se fossem atuais. Por isso, verifique sempre a data de publicação. Encontrou algo errado? Avise quem compartilhou.

Atente-se aos erros

Muitos criadores de fake news fazem um trabalho bastante “profissional” e divulgam conteúdos que só após apuração de agências de checagem conseguimos descobrir se são verdadeiros ou não. Mas não é difícil encontrar notícias falsas com erros grotescos de português e montagens toscas.

Nem tudo que parece é

Não é porque alguém aparece de jaleco em um vídeo ou dá informações que parecem privilegiadas sobre os bastidores de um hospital que aquele conteúdo é verdadeiro. Um exemplo é um áudio que rolou nas redes sociais esta semana em que uma mulher afirma que há de 600 a 700 internados por coronavírus no hospital Albert Einstein. As informações foram verificadas e desmentidas pelo Fato ou Fake.

Descobriu que é fake? Avise!

Descobriu que recebeu algum conteúdo falso de um amigo ou em um grupo do WhatsApp? Ajude a quebrar essa corrente avisando quem te enviou que aquilo é fake. E se foi você mesmo quem compartilhou a mentira, faça o mesmo: avise todos os contatos que aquele conteúdo era falso.

Quer saber mais sobre os cursos da ESPM?

Acesse espm.br