Patrick Nally é um dos 'papas' do marketing esportivo

Às vésperas dos dois maiores eventos esportivos globais, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Brasil vive atualmente um boom de marketing esportivo e de empresas querendo usar esta plataforma para se promoverem. Mas aos novos navegantes, fica o aviso: apesar de ser um ótimo meio para se relacionar com o consumidor e se conectar emocionalmente com ele, o esporte precisa ser visto com carinho pelas companhias.

No Fórum Arena de Marketing Esportivo, promovido pela Abril Mídia em parceria com a ESPM na última quinta-feira (21), Patrick Nally, executivo do grupo West Nally e precursor do modelo moderno de negócios do esporte, Jorge Nasser, diretor de marketing do Bradesco, Marcelo Doria, presidente da Brunoro Sport Business, Fernando Souza, gerente de marketing da P&G para Gillette, Erich Beting, diretor de redação da rádio Bradesco Esportes FM e proprietário do site Máquina do Esporte, e Sérgio Xavier, diretor do núcleo esportivo da Editora Abril, debateram sobre a prática do marketing esportivo no país e o que companhias e profissionais devem ou não fazer em busca do sucesso.

Considerado o “papa” do marketing esportivo e responsável por monetizar e transformar em plataformas de sucesso ninguém menos do que a Fifa e o COI (Comitê Olímpico Internacional), Nally ressaltou que o esporte é um dos melhores meios de motivar o consumidor por meio de sua paixão e que o Brasil será “obrigado” a mudar seu modelo de gestão e buscar a profissionalização.

“O Brasil precisa ser o líder global de marketing esportivo em 2017. O país passa por uma oportunidade única no mundo, que é a de receber dois eventos gigantes em um curto espaço de tempo”, ressaltou Nally, que adicionou que mesmo o Campeonato Brasileiro e outras competições nacionais têm o potencial de se tornarem mais rentáveis até do que a aclamada Premier League, o campeonato inglês, que vendeu seus direitos de transmissão à Sky Sports por nada menos que 3 bilhões de libras, o equivalente a R$ 9,7 bilhões. Isso, claro, se a gestão for profissionalizada e se começar uma cultura de exportação não do “pé de obra”, levando os jogadores a outros países, mas sim das marcas dos clubes.

Entre os debatedores brasileiros do fórum, que contou com patrocínio de Bradesco, Sadia, O Boticário, Oral B, O.B., LG, Claro e Renault, o sentimento de “a hora é agora” também estava muito presente, aliado à ideia de que é preciso se criar identidade junto ao esporte. “É um momento muito favorável ao Brasil por causa dos grandes eventos, então o mercado irá começar a se desenvolver”, afirma Marcelo Doria, presidente da Brunoro Sports, empresa especializada no tema.

Mesmo este tempo de transição no modo de se consumir pode favorecer o esporte. “Estamos na era do ‘fim do consumidor’. Antes as empresas que diziam o que ele ia comprar, mas hoje o público já não acredita. Atualmente, o branding é muito mais do que falar as vantagens do seu produto. É ter sinceridade na proposta que você passa”, concorda Jorge Nasser.