Na expressão do publicitário Alexandre Gama, São Paulo abriga quem quer fazer e aguenta a pressão. “Aliás, aprende a fazer da pressão ingrediente para fazer melhor. Para vencer na cidade precisa ser ninja. O paulistano é ninja, mas São Paulo é meu estado natural”, afirma o fundador da Neogama. 

E faz a diferença porque nesses 462 anos de história se transformou em uma cidade de ponta na economia criativa. Da publicidade à arquitetura, do design ao digital. “Aqui estão reunidos profissionais em agências, veículos, parceiros de produção e empresas digitais, dentre outros, que fazem acontecer, emulando e imantando mais talentos, hoje até de outros países do mundo. São Paulo importa e exporta talentos, num mundo cada vez mais orgânico e conectado, praticando, na indústria da comunicação, um capitalismo de valor compartilhado, realmente inspirador. É uma narrativa que se renova, do jornal ao digital, fazendo valer, em qualquer plataforma de mídia, grandes ideias que transformam a vida das marcas e das pessoas. A indústria da propaganda, a partir de São Paulo, movimenta outras indústrias em todo o Brasil”, argumenta Luiz Lara, chairman da Lew’LaraTBWA.

Apesar dos contraditórios, como o trânsito caótico e a poluição, São Paulo se mantém como inspiradora e com uma transpiração que a faz pulsar, renovar e propor caminhos. “Absolutamente inspiradora! São Paulo abre os braços para todas as pessoas, de todos os cantos do país, e é também porta de entrada para as novidades que vêm de fora. É um caldeirão de influências culturais. É pulsante, viva, cosmopolita e linda, mesmo em meio ao caos. Tudo isso é matéria-prima para a publicidade. Toda a diversidade brasileira se encontra aqui”, ressalta Hugo Rodrigues, CEO da Publicis Brasil.

Criador da W/Brasil, hoje WMcCann, Washington Olivetto aproveitou o cenário paulistano para ser campeão de Leões em Cannes na competição de filmes. “A WMcCann é a mais corintiana das agências brasileiras, a mais internacional das agências pioneiras e, por lógica e consequência, a mais paulistana das agências. São Paulo é a cidade que mais cria e produz publicidade no Brasil, tanto em termos de quantidade quanto em termos de qualidade. Esse volume é fundamental para a cultura popular brasileira, que ainda conta com o privilégio de possuir o Rio de Janeiro como cidade alto-falante. Desde a idade do layout lascado até os dias dos youtubers da garoa, o poderio econômico de São Paulo faz a diferença na publicidade brasileira”, diz Olivetto.

Fernando Musa, CEO da Ogilvy Brasil, enfatiza a diversidade cultural. “São Paulo é mais São Paulo quando é baiana, gaúcha, carioca, paraense, interiorana, inglesa, japonesa, árabe, podemos escolher. Nosso negócio é essencialmente um negócio de gente. E São Paulo é toda esta gente”, diz. “É só andar pelas ruas e diminuir a “pressa individual” para ver a gente de São Paulo. Ver todas as “São Paulo” de cada bairro, cada esquina”, acrescenta.

“São Paulo é um centro inspirador, uma das maiores metrópoles culturais e econômicas do mundo. É também uma cidade plural. Temos aqui na cidade vários “Brasis”, temos as maiores comunidades japonesas, alemãs, italianas fora de seus países. Somos formados de várias culturas, religiões, ideologias. Isso tudo misturado a uma economia construída por marcas fortes impulsiona a publicidade. Esse caldo que São Paulo oferece permite ao Brasil ser um dos países com as agências mais premiadas do mundo”, finaliza Paulo Queiroz, copresidente da DM9DDB.