Desde que deixou sociedade no banco Icatu em 1999 e do BBA em 2003 que o administrador Persio Freire Rodrigues de Souza está à frente da butique Estáter, cujo core business é fusão e também aquisição de empresas. É seu escritório que está à frente da venda da Talent. O principal e aparentemente único interessado no momento é o francês Publicis Groupe. Maurice Levy, ceo do grupo, fez oferta de US$ 200 milhões para agregar ao seu portfólio a marca criada há 30 anos pelo empresário Júlio Ribeiro. O grupo inglês WPP também fez oferta, mas desistiu nesta semana de continuar mantendo negociações devido ao valor e também pelo desinteresse de Ribeiro de ver a Talent servir apenas de suporte à operação da Grey Brasil.
“O WPP está fora”, resumiu categoricamente a fonte do propmark.

A Estáter foi responsável pela intermediação da venda da Globex Utilidades (Ponto Frio) à holding Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz. Posteriormente aproximou o Pão de Açúcar das Casas Bahia. Outro negócio de peso que Persio Souza liderou foi a da Aracruz Celulose para o Grupo Votorantim e que resultou na criação da Fibria.

O desfecho do negócio da venda da Talent é previsto para a segunda semana de setembro, mas o Publicis deve ser o novo sócio da Talent, cuja marca será preservada e também os atuais líderes da gestão da Talent: Ribeiro (majoritário com 85% do controle acionário), José Francisco Eustáchio e Antonio Lino (que dividem os demais 15%). O Publicis tem marcas como Leo Burnett, Saatchi & Saatchi e BBH, por exemplo.

Inicialmente, o grupo comandado por Levy será minoritário, mas terá opção de compra integral em prazo que será estabelecido no contrato. A Talent tem contas como a do banco Santander, um negócio anual de R$ 18 milhões, São Paulo Alpargatas (Topper, Mizuno e Timberland), Sony Erickson, Tubos e Conexões Tigre, NET e Semp Toshiba.

por Paulo Macedo