Mais de um ano já se passou desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19. Desde então, instituições de ensino de todo o mundo tiveram que migrar suas aulas para ambientes virtuais. Mas por questões de infraestrutura, comportamentais ou de estilo de aprendizagem, nem todos estudantes se adaptaram bem a essa nova realidade.
Para tentar ajudar quem está passando por essa situação, conversamos com Danilo Torini, coordenador de pesquisas pedagógicas da ESPM e professor do Laboratório de Aprendizagem (ESPM LifeLab). O especialista revelou algumas técnicas e aplicativos que podem melhorar a experiência do aprendizado online. Confira a seguir:
1. Use o celular
Visto por muitos como vilão, se usado corretamente, o smartphone pode ser um grande aliado para melhorar o aprendizado. “O celular pode ser um parceiro porque é o lugar que mais consolida recursos para o estudante”, explica Torini. “Se você está navegando na internet, pode rapidamente copiar um trecho de um texto para um aplicativo de anotação, depois ir para um vídeo no YouTube. É como uma maleta de ferramentas para o estudo.” Basta encontrar os apps certos (te indicaremos alguns ao longo do texto).
2. Bloqueie as notificações
“O mobile tem muitas distrações. Você recebe notificação a toda hora, o celular é cheio de recursos para te desviar a atenção. Mas existem muitas ferramentas que bloqueiam notificações e ajudam a diminuir um pouco a procrastinação”. Alguns apps sugeridos pelo professor são o Freedom (iOS) e o AppBlock (Android).
3. Descubra seu estilo de aprendizagem
Torini explica que um dos maiores desafios para educação a distância é trabalhar com diferentes estilos de aprendizagem. “Se sou um cara considerado mais ativo e pragmático, por exemplo, preciso de aulas mais aplicadas. Se for uma aula muito teórica, sem momento de interação ou um vídeo em um único tom, sem momentos diferentes, vou me sentir extremamente frustrado porque sou um cara ativo, muito mão na massa”, diz o especialista. “Acho que um primeiro ponto é o estudante conseguir identificar quais são os estilos de aprendizagem dele.”
4. Consulte sempre um professor
Seja no estudo presencial ou a distância, o aluno deve contar com ajuda de um professor para identificar e selecionar conteúdos. “Hoje com a internet informação não vai faltar, mas o estudante tem muita dificuldade em identificar o que é mais relevante para o seu estudo. Ele joga um assunto no YouTube, mas muitas vezes não sabe qual conteúdo está mais adequado”, afirma o professor. “Hoje você até tem aplicativos que fazem curadoria. Gosto, por exemplo, do Flipboard. Mas o papel do professor é fundamental para a aprendizagem.”
5. Crie ciclos de estudos
Para ter mais foco e produtividade, Danilo sugere que o estudante adote a Técnica Pomodoro, que consiste em criar ciclos de estudo. “O ideal é começar com ciclos curtos: 25 minutos estudando e 5 descansando”, sugere o professor. A cada 4 etapas como essa, é recomendado fazer uma pausa de 15 ou 20 minutos. “Depois, conforme vai pegando o jeito, pode fazer ciclos maiores.” Utilize apps como o Be Focused – Focus Timer (iOS) e o Focus To-Do: Pomodoro Timer (Android).
6. Alterne entre conteúdos
“O ideal é você alternar conteúdos e tarefas ao invés de ler tudo de uma vez. Divida os conteúdos em dias diferentes”, sugere Torini. “Nosso cérebro precisa de uma revisitação dos conteúdos. Tenho um primeiro acesso, guardo na memória mais recente e cada vez que vou retomando isso vou ajudando nessa consolidação da memória”.
7. Categorize as demandas
“Categorizar as demandas, tarefas e os conteúdos para estudar, é uma técnica de gestão de tempo, mas também emocional. Porque procrastinar também é uma questão de gestão das emoções”, comenta Danilo. O especialista sugere que o estudante organize o que precisa estudar e os exercícios que deve fazer utilizando o método Kanban. “Você pode quebrar as tarefas em categorias, por exemplo, urgente, importante, circunstancial ou para fazer, revisar e executar.” Utilize apps, como Trello (iOS e Android), Todoist (iOS e Android).
8. Faça anotações (de preferência em papel)
“Só ler e grifar é bem menos eficiente do que quando se coloca a mão na massa e faz resumos, fichamentos e resenhas”, afirma o acadêmico. “Quanto mais o estudante experimenta, testa, coloca a mão na massa, recria, melhor para a aprendizagem. Também é comprovado que escrever no papel tem mais efeito para a memória e para a aprendizagem do que digitar no computador.”
9. Durma bem ou nada vai adiantar
“Sem uma qualidade de sono mínima, fica complicado falar em qualquer técnica de aprendizagem. Se você dorme mal, o professor e o vídeo podem ser os mais interessantes possíveis, que você não vai conseguir se concentrar na aula”, diz Torini. “Também é importante controlar o estresse e a ansiedade. “Olhar para esses fatores externos e internos que contribuem para a aprendizagem é muito importante”.
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