Segundo o estudo ‘Oldiversity’, realizado pelo Grupo Croma e que ouviu homens e mulheres de diversas regiões do país, cerca de 37% dos entrevistados concordam que a propaganda no Brasil ainda é racista.
Ao mesmo tempo, outros indicadores também chamam a atenção: 3% ou seja, 55 pessoas do estudo declararam achar estranho ser atendido por um negro. Outros 56% assumem que as empresas têm preconceito ao contratar negros e 32% dizem que as marcas presentes no Brasil reproduzem comportamentos preconceituosos. Além disso, 16% acreditam que as marcas correm risco ao associar sua imagem a negros.
“Acho a propaganda no Brasil extremamente preconceituosa e racista. Para mim, só isso explica de onde saíram os padrões e conceitos dessas “mulheres brasileiras da propaganda”. Eu não as conheço, só podem ser inventadas. As propagandas não sabem quem é a população brasileira. Sou paulista, moro no Rio de Janeiro e por aqui ainda vejo alguns negros em propagandas, outdoors. Mas em São Paulo é muito mais raro. E pensar que os negros já são 54% da população, são a maioria deste país que eles ajudaram a criar, a construir, e são tratados com desdém. O mesmo acontece com os gays, os índios e os orientais, sempre ignorados nas propagandas brasileiras. É como se não existissem. Há mesmo muita discriminação, tudo muito desigual. Era para termos evoluído, mas às vezes tenho a sensação de que é o fim dos tempos”, diz a atriz Zezé Barbosa.
Um dos indicadores de destaque na pesquisa é que 18% dos entrevistados do estudo assumiram ter tido, pelo menos uma vez, atitudes racistas. Apesar de questionável, pelo fato desse percentual ser potencialmente maior, reconhecer o preconceito racial é ponto de partida para alguma mudança.