A segunda edição do “Oldiversity”, estudo da consultoria de design e inovação Croma que mostra como as marcas representam hoje as questões mais valorizadas pelos brasileiros, traz pela primeira vez indicadores mostrando o papel do governo no combate ao preconceito no Brasil. Para 55% das pessoas ouvidas, as autoridades influenciam negativamente no aumento do preconceito de gênero ou orientação sexual. Por parte das empresas, 57% dos entrevistados afirmam que há preconceito em contratar LGBTQI+.
A discriminação racial ainda encontra coro no grupo de 61% dos participantes da pesquisa. Essa parcela diz que as empresas têm preconceito em contratar pretos, e outros 23% admitem que já tiveram alguma atitude racista.
Nas questões de gênero, os números também refletem um País machista. Na publicidade, 57% acreditam que as mulheres são mostradas como objeto. De acordo com o levantamento, 71% acreditam que os homens ganham mais que as mulheres e 70% contam que há menos mulheres nos cargos de liderança.
A inclusão de pessoas com deficiência é outro desafio. Dos entrevistados, 64% confirmam que as empresas têm preconceito em contratar PCDs; 54% dizem que as marcas deveriam investir em lançamentos de produtos e serviços para esse público, e 50% sugerem que as marcas invistam em propagandas feitas por PCDs.
O envelhecimento da população também desafia as marcas e o mercado de trabalho. Os participantes da pesquisa do Grupo Croma estão preocupados sobre como estarão no futuro (85%), acham que as empresas discriminam pessoas mais velhas (78%), pensam em como ser produtivos na terceira idade (71%), e direcionam cada vez mais os seus esforços em qualidade de vida (63%).
A diversidade é aceita por 77% dos entrevistados e 70% acreditam que as empresas e marcas devem integrar o tema aos seus trabalhos. Uma parcela de 54% dos participantes defendem que as propagandas ajudam a criar uma sociedade mais tolerante.
O estudo completo já está disponível. As entrevistas foram feitas em formato on-line com pessoas de todo o Brasil, realizadas entre os dias 23 e 31 de julho de 2020. A margem de erro é de até 2 p.p. para a amostra total, considerando nível de confiança de 95%. Os resultados foram ponderados para representar a população brasileira das classes ABC.
O estudo traz amostra de 47% do sexo masculino, 53% feminino, sendo 92% heterossexual, 4% homossexuais, 3% bissexuais, 1% assexual. Brancos representam 49% da amostra, enquanto 40% são pardos, 9% pretos, 1% indígenas e 1% amarelos. PCDs representam 11% dos entrevistados. A faixa etária foi dividida em 9% com idades entre 16 e 20 anos, 34% entre 21 a 30 anos, 20% entre 31 a 40 anos, 16% entre 41 a 50 anos, 14% de 51 a 60 anos e 7% com 61 anos ou mais. Católicos e evangélicos somam 66% e o número de ateus alcança o índice de 14%.