O avanço da Covid-19 e a falta de vacinas deixam os brasileiros no maior nível de preocupação desde o início da doença. É o que revela o estudo “Tracking Covid-19”, apresentado nesta terça-feira (23) por Renata Bendit, customer success manager team leader da empresa de pesquisas Toluna na América Latina, e Priscila Stussi, gerente de pesquisa e insights da Globo, durante o 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa.
O estudo considera um cenário já afetado por crises econômica, política, ética, ambiental e social desde 2012, e severamente agravado pela pandemia. Foram 20 rodadas de pesquisa desde a primeira semana de isolamento social em março de 2020. A amostra reúne 1,5 mil entrevistas aplicadas em formato online com mulheres (52%) e homens (48%) acima de 16 anos das classes A, B e C de todo o Brasil.
A evolução da doença culmina com os 11.700.431 casos e mais de 285.136 mortes registradas neste mês de março de 2021. Entre as fases de estado de espírito das pessoas ao longo deste ano de pandemia, estão: preocupados, super preocupados, buscando equilíbrio, incerteza, ressignificação das necessidades primárias, ressignificação dos hábitos sociais, esperança, sensação de alívio, e muito preocupados.
Esta última etapa traduz justamente o momento em que a Covid-19 segue fazendo mais de duas mil vítimas ao dia, enquanto a população não consegue ver um plano articulado do governo para levar a vacina a todos os cantos do Brasil. O contágio pelo coronavírus continua avançando mais rápido do que a capacidade do poder público de imunizar as pessoas.
Mesmo emocionalmente abaladas, as pessoas recorrem aos noticiários, mas veem no entretenimento a sua válvula de escape. Na última semana, o consumo esteve mais concentrado em entretenimento e variedades (91%), jornalismo (82%), filmes e séries (75%), e esportes (53%).