Dados da Ubrafe mostram que otimismo voltou no pós-pandemia, com previsão de 1.500 eventos, que vão injetar R$ 14 bi na economia de SP
Stay alive! O mercado de marketing promocional, cada vez mais híbrido e 360º, mantém-se vivo e recuperando o fôlego perdido durante a fatídica pandemia da Covid-19, que ligou o sinal de alerta do setor mais atingido no volume de negócios.
Se o primeiro semestre de 2023 já trouxe alento, o segundo promete mais ainda. Não só devido aos grandes eventos como The Town e Tomorrowland, por exemplo, mas as oportunidades geradas às agências e marcas em datas como Pais, Crianças, feriados prolongados, Halloween, Black Friday, Natal e Ano Novo.
O otimismo do trade é confirmado por dados da Ubrafe (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios). A entidade contabilizou no último mês de agosto um aumento de 100% de feiras em relação ao mesmo período de 2022.
“O Barômetro Eventos B2B aponta um total de 140 eventos realizados na Cidade de São Paulo no último mês de agosto, sendo 35 do segmento de feiras, número recorde desde o início de 2023. O aumento contribui para a concretização das expectativas apresentadas pela entidade, que preveem, até o fim do ano, cerca de 1.500 eventos B2B de grande porte, movimentando R$ 14 bilhões na economia da cidade”, explica a Ubrafe, que confirma a realização de 815 eventos nos primeiros oito meses de 2023, com cerca de 4 milhões de visitantes.
“Nossas expectativas econômicas para o segundo semestre de 2023 na cidade de São Paulo, com base nas projeções do Barômetro e a movimentação observada, são de um impacto econômico de, no mínimo, R$ 7 bilhões, prevendo, em média, 700 eventos de grande porte e 5 milhões de visitantes esperados nesses eventos e feiras B2B”, pontua o diretor-executivo da Ubrafe, Paulo Octávio Pereira de Almeida, que acrescenta: “Os eventos híbridos, presenciais e virtuais, já são uma realidade no setor. Saber aproveitar a tecnologia para ampliar as audiências através de ferramentas digitais é o grande desafio. Pois, como as ações presenciais estão em alta, pode existir uma certa acomodação por parte dos organizadores de eventos em não realizar estas atividades adicionais virtuais e isso seria um erro na nossa visão. Por outro lado, os eventos presenciais estão em alta em todo o mundo. As pessoas estão valorizando essas experiências imersivas como nunca. O The Town é só a ponta desse iceberg. Existe uma série de eventos B2B em implementação, mas, como são eventos com audiência controlada, não têm a mesma visibilidade de um grande festival, mas a tendência é para todos”.
Antecipação da agenda é outra recomendação de Paulo Otávio. Em sua opinião, quanto maior a antecedência, maior a eficiência. “Esse foi o grande aprendizado da pandemia”, ele resume. “As feiras e os congressos levam em conta o calendário comercial, ou seja, tendem a não ocorrer em épocas de festas de fim de ano e férias escolares. Neste sentido, o calendário de eventos B2B até a metade do mês de dezembro está absolutamente completo. Está difícil achar data para realizar eventos em São Paulo neste período. As experiências presenciais e imersivas são o Santo Graal do live marketing. Saber fazer ativações corretas e relevantes também entra na pauta dos desafios do segmento. Fazer o óbvio não leva nenhuma marca a lugar nenhum e fazer o não óbvio esbarra no compliance das marcas. Essa é uma questão a ser discutida”, argumenta Paulo Otávio.
Por outro lado, a Ampro (Associação de Marketing Promocional) vê a chegada de novos players para o live marketing no pós-pandemia. Nas palavras de Heloisa Santana, presidente-executiva da entidade, transformação de negócios é palavra-chave em 2023. “Para consolidar o negócio, desde o 2º trimestre retomamos o programa de benefícios de associados com oferta de produtos e serviços a favor das suas operações. Em 2023, movimentamos cerca de 40 parcerias desde educação, eventos, serviços para eventos e incentivo. São condições especiais e diferenciadas aos associados. Além disso, crescemos expressivamente os associados na categoria fornecedor”, ela observa.
“Percebemos a importância e o crescimento do live marketing para marcas, independentemente do tamanho/segmento. Live marketing é experiência! É ao vivo! Toca o consumidor. Ajuda a mexer o ponteiro de preferência e decisão de compra imediata, com as ferramentas trade, promoções, além de fidelizar e espalhar a marca, via voz do consumidor. Entretanto, não podemos deixar de reforçar que foi um dos mercados que mais sofreram consequências da pandemia, por ser o primeiro a parar e um dos últimos a retomar/reaquecer. Ainda identificamos práticas que vão de encontro às premissas da entidade, como concorrências job a job; concorrências com mais de 3 agências no processo. E os prazos de pagamento, que sacrificam as operações das empresas que realizam os projetos. Em resumo: houve uma retomada com criatividade, inovação e pluralidade. Porém com espaço para estreitar as práticas do mercado”, detalha Heloísa.
A Ampro quer consolidar sua pauta com os pilares de educação, regulamentação, reputação Institucional e negócios. “E reforçar os objetivos e intenções da entidade, por meio de um grupo uníssono durante três décadas, com presença regional, para defender, preservar e criar serviços inovadores. Tudo pautado nas premissas de ESG. Temos orgulho em levar para o mercado que a Ampro é regida por um time de cerca de 100 profissionais, 45% mulheres e 55% homens, espalhados por todo Brasil. Temos a missão de defender os interesses do setor de live marketing, de forma sustentável e propositiva. O live marketing ajuda a mexer o ponteiro de decisão de compra imediata – trade, promoções, além de fidelizar e espalhar a marca, via voz do consumidor. Vimos de perto a inovação do digital – não só nos eventos, mas em toda cadeia do setor”, esclarece Heloísa.