Marcelo Reis e Marcio Toscani (Divulgação)

Os executivos da Leo Burnett Tailor Made abriram os corações para entender e explicar o que ocorreu com este ano, e quais foram as medidas tomadas para manter o tonos do trabalho e dos negócios. Segundo Marcelo Reis, co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Made e Arc do Brasil, reduzir custos sem sufocar as ideias e sem abrir mão dos talentos foi um dos principais desafios das lideranças da agência. “Nos apropriamos ainda mais de nosso papel consultivo, como parceiras de negócios de nossos clientes, através da força-motriz do nosso negócio, que é a criatividade, para ajudá-los em uma comunicação tailor made dentro de um mundo que mudou completamente”, revela Reis, acrescentando que reagir com agilidade tem sido vital para se “analisar cenários com segurança, encontrar saídas com qualidade e solucionar problemas de forma inteligente, eficiente e criativa”.

Reis acredita que a Leo Burnett estava “preparadíssima” quando a pandemia estourou no Brasil, mas só descobriram isso durante a crise. “Não há o que comemorar, mas, se não tivéssemos flexibilidade e um time talentoso, teríamos sofrido mais”. Ele afirma ainda que não demitiram um único colaborador e se orgulham disso. “O trabalho não caiu de qualidade e nos aproximamos do negócio do cliente. Mas, obviamente, estamos exaustos, trabalhamos muito e merecemos uma pausa no fim do ano”.

Marcio Toscani, co-CEO e COO da Leo Burnett Tailor Made e Arc do Brasil, fala sobre os ajustes que tiveram de fazer para manter o equilíbrio do barco durante o isolamento social, entre eles, se ajustar em diversas frentes, financeira, tecnológica, desenvolver processos a distância, teletrabalho, dar segurança a funcionários e parceiros, assim como fortalecer o gerenciamento de informações e serviços aos clientes e manter o bem-estar físico e mental de todos.

Toscani não revela se houve ou não crescimento da agência neste ano. Mas fala que foi feita uma revisão da meta para 2020 no início da pandemia e afirma ainda que a empresa está alinhada com essa entrega. “Tivemos um segundo semestre melhor que o primeiro. Ganhamos contas, ajudamos nossas marcas, crescemos em importância nos negócios organicamente junto aos clientes. Trabalhamos com uma previsão de um 2021 melhor que 2020. Obviamente, dentro da retração resultado do contágio. Estamos olhando para frente com otimismo, mas com os pés no chão”, argumenta.

Ele diz ainda que por conta do coronavírus teve de trazer para 2020 o trabalho remoto, que já era algo que já vinham discutindo e se acelerou. “Além disso, processos internos que estavam em andamento também precisaram ser acelerados. Antes da Covid-19, o ecossistema em que atuamos já vinha se tornado extremamente variado e complexo com o advento da tecnologia digital. Neste momento estamos testemunhando uma maior evolução e velocidade de um comportamento online e todos os novos desafios que isso traz, impactando não somente o mercado publicitário”, analisa.

Reis vai além e afirma que com a crise aprenderam que a capacidade de adaptação do ser humano é surpreendente, principalmente em termos de velocidade. “A agilidade que a publicidade exige dos profissionais de comunicação, diariamente se transformando, escancarou para todos, inclusive para os clientes, como os nossos times são talentosos, comprometidos e criativos”.

A agência aproveitou o período de isolamento para finalizar uma reforma na sede, que, segundo os executivos, ganhou um layout mais moderno, privilegiando uma maior interação entre os times, ambientes mais amplos, abertos e colaborativos. “E, tão importante quanto, apesar de estarmos distantes fisicamente, a preocupação com a diversidade também ganhou protagonismo no último ano, através de iniciativas para ampliar, de fato, a nossa representatividade”.

Para 2021, o projeto, segundo Reis, é “100% baseado nos inputs das pessoas”. “Como deixar o ambiente mais seguro, como incrementar o talento do time, como manter a agência revigorada e provocativa e, principalmente, como reestabelecer a interação física entre os colaboradores, vital para aquecer nosso sangue estratégico criativo. Os desafios serão inúmeros”, projeta.

Embora 2020 entrará para a história como um dos piores da humanidade, Reis contabiliza algumas conquistas este ano, entre elas, Abbott, Diageo – em parceria com a agência de shopper marketing, a ARC Brasil – e Mondeléz. “Agora participamos da operação da POP no atendimento das contas de Oreo, Club Social e Trident. Estamos orgulhosos desse longo e intenso 2020”.

Ele também lembra de boas campanhas criadas e veiculadas neste ano. “O lançamento da nova Fiat Strada foi fantástico e colocou a picape como líder de vendas do Brasil logo no primeiro mês”. Ele fala ainda que a agência desenvolveu “trabalhos pertinentes e delicados para Bradesco durante a pandemia, reforçando o conceito de marca Reinvente o Futuro. “E, agora, estamos lançando com eles o Disney+. Ajudamos Samsung a ser a marca vencedora do Top of Mind este ano. E nossas primeiras campanhas para Nivea foram vitais na manutenção do share de mercado. Além de trabalhos importantes para Extra, Abbott e Mondeléz. Foi um ano de isolamento, mas não menos criativo na Leo Burnett Tailor Made”, completa.

Toscani lembra também que as marcas tiveram de encontrar novos tons para se relacionar com seus consumidores. “Nossa orientação foi sempre manter o diálogo aberto para ajustar as estratégias de curto prazo à medida que tínhamos mais informações sobre os impactos nos negócios de cada cliente”.

Segundo ele, cada cliente tem sua peculiaridade de negócio e, embora a grande maioria tenha reduzido investimento em marketing, acabou ampliando a visão para seu papel informativo e social. “É uma mudança de enfoque e cada caso é um caso, mas o fato é que as marcas, sem dúvida, precisam se posicionar, anunciar, construir imagem e continuar investindo a longo prazo”. Ele fala que todas as pesquisas comprovam que marcas que deixam de investir durante crises são as que mais demoram a se recuperar. “Quem continua conectado com seu público e aposta na criatividade em tempos difíceis se sai bem quando a economia melhorar”.