Facebook anunciou que teve um impacto de U$ 227 bilhões na economia global no último ano e foi responsável por gerar 4,5 milhões de empregos. A pesquisa foi uma tentativa de provar seu valor, além de sua receita anual e quadro de funcionários.
A empresa tem divulgado seu “impacto na economia” por um relatório elaborado com a Deloitte, no qual examina três áreas impactadas pela existência da plataforma. Isto inclui marketing de terceiros, apps e ações como “catalisador para conectividade”. Este último termo se refere às ações do Facebook como um motivador para usuários comprarem smartphones e serviços com conectividade.
De acordo com o Facebook, marketing gerou U$ 148 bilhões enquanto os aplicativos, U$ 29 bilhões. Já a “conectividade” gerou U$ 50 bilhões. No entanto, Dr. Jonathan Cave, economista da University of Warwick e especialista em impactos de novas tecnologias, tem questionado o relatório e sua metodologia.
Ele pontuou que, embora a movimentação econômica esteja ocorrendo no Facebook, há um longo caminho para provar que essa receita extra não teria sido gerada se não existisse a rede social. “É claro que interfaces e plataformas facilitam a comunicação e tornam mais fácil de identificar e fazer transações, mas apesar de ser dominante nesse espaço, não devemos nada a qualquer virtude do Facebook”, explica Cave.
O professor criticou a tentativa do relatório de anexar um valor financeiro, descrevendo as ações como uma “coisa inteiramente subjetiva”. Ele acrescentou que o uso do “como” como uma métrica não se compara a outros mecanismos mais robustos, como o método de leilão do segundo preço usado pelo Google AdWords.
Ele também questionou o significado do “impacto econômico” no contexto do relatório do Facebook. “Como economista, eu tenho que dizer que “impacto econômico” é um termo sem sentido. Você pode considerar um impacto econômico como sendo um aumento de bem-estar econômico, o excesso do que as pessoas vão pagar versus o custo que isso pode dar a eles”, explica Cave.
Impacto Econômico também pode significar a forma como as pessoas, como desenvolvedores de aplicativos, poderiam lucrar com empresas como o Facebook. Mas, a esse respeito, Cave aponta que a rede social não está, na verdade, permitindo o impacto econômico, pois oferece aos comerciantes e desenvolvedores um “canal estreito” com a sua audiência e cobra para fazê-lo.
Matthew Knight, diretor de inovação do Carat, notou que o Facebook não foi construída isoladamente e se baseia em outras tecnologias que poderiam fazer reivindicações semelhantes ao valor. “A economia digital é, de fato, uma malha, uma rede construída em cima de redes, cada parte confiando em uma outra parte do delicado ecossistema”.
“O Facebook pende sobre o movimento “open source” para utilizar as ferramentas e infra-estruturas da web e internet, e inclinar-se sobre as redes de telecomunicações, através do qual os usuários móveis se conectam ao Facebook, e assim por diante”.