A Abradi (Associação Brasileira das Agências Digitais) divulgou nesta semana os resultados da 4ª edição do Censo das Agências Digitais, que desta vez computou 3.094 empresas em todo o país — um aumento de 10% em relação ao ranking do ano passado, que contou com 2.787. O faturamento também foi maior, cerca de 50% em relação ao último ano, atingindo o patamar de R$ 2,2 bilhões.
“Em 2012, tivemos uma penetração bem maior no setor. O que mais me surpreendeu foi a participação das regiões Nordeste e Centro-Oeste. O Sul sempre foi muito forte no cenário digital e São Paulo é hors concours. É muito bom saber que esse tipo de atividade não é mais restrito aos estados onde estão as principais metrópoles do país”, diz Jonatas Abbott, presidente da Abradi. Do total de empresas registradas no censo, 1.616 pertencem à região Sudeste, 549 à Nordeste, 515 à Sul, 246 à Centro-Oeste e 168 à Norte.
O executivo aponta a ascensão da classe C como uma das explicações para o crescimento da quantidade de agências digitais no Brasil. “Vejo um aumento de demanda absurdo. A entrada desse grupo no mercado nos últimos anos acelerou esse processo, já que ele responde por 90% do consumo no varejo. Isso favoreceu a ampliação do número de pequenas e médias empresas em todas as regiões. O que antes era exclusividade de grandes companhias, agora não é mais”, salienta.
Realizada entre 23 de julho e 13 de setembro, a pesquisa utilizou-se de questionários estruturados aplicados via internet. A amostra totalizou 742 agências ou, como Abbott prefere destacar, agentes digitais. “Ampliamos o censo para esse tipo de empresa que não é necessariamente uma agência, o que permitiu a entrada de players relacionados especificamente às redes sociais e ao universo mobile, por exemplo. Hoje, há uma hiperespecialização da internet. Há cada vez mais coisas sendo feitas”, afirma.
O estudo levou em consideração 15 atividades praticadas pelo setor: desenvolvimento de sites, criação, redes sociais, programação, conteúdo, search engine, e-commerce, e-mail marketing, consultoria, planejamento de mídia, planejamento de marca, análise de sistemas, intranet, mobile marketing e games. O maior crescimento foi verificado em redes sociais, que anteriormente respondia por 7,9% e agora chegou a 10,6%. Já o desenvolvimento de websites registrou queda significativa: de 34,2% para 29%. “Essa redução, no entanto, não quer dizer que o website morreu. Ele continua sendo peça fundamental para as empresas, só que agora divide atenção com outras áreas também consideradas muito importantes, como as redes sociais”, explica Abbott.
Na análise final do censo, o executivo também frisa o crescimento das vendas online, em torno de 30% ao ano. “O e-commerce, na verdade, vem puxando o digital, já que cada vez mais as empresas se preocupam em atender as demandas dos clientes e, consequentemente, em se enquadrar à nova realidade da internet”, diz o executivo. Abbott ainda afirma que, para 2013, a estimativa de faturamento dos agentes digitais é 40% maior em relação a 2012. E reflete: “A internet tem crescido acima do próprio consumo do brasileiro”.