A FCB quer que a diversidade e a inclusão integrem a agência holisticamente em seus 120 escritórios em 80 países. Como parte desses esforços, na semana passada, a FCB Brasil realizou workshops sobre “inclusão intencional” com Holly Coxe Brittingham, SVP de talento global e desenvolvimento organizacional; e Corey D. Flournoy, VP e diretor associado, desenvolvimento de talento global da agência.
Responsável pela gestão de talentos, desenvolvimento de liderança e coaching, consultoria de desenvolvimento organizacional e pelo programa de cultura e inclusão, Holly está na FCB há quatro anos e tem levado mudanças na função D&I baseada no estudo do impacto do preconceito implícito nas decisões de negócios. Ela já apresentou workshops para líderes da agência nos EUA, Canadá, África do Sul, Índia, China, Nova Zelândia e Europa.
Pela primeira vez no Brasil, Holly contou que ainda há muito a ser feito pela diversidade e inclusão e defendeu o debate do tema nas agências. Segundo ela, pesquisas apontam que ter níveis crescentes de diversidade reflete em melhor performance nos negócios e, no caso, do marketing e da propaganda, em melhor criatividade. Para ela, o tema não é passageiro e é responsabilidade das pessoas que trabalham com publicidade e marketing pensar em todos os consumidores. “Estamos em progresso há um longo tempo pela igualdade e diversidade, e o mundo dos negócios está se envolvendo mais”, explica.
Ao pensar sobre inclusão, além da parte de contratação e gestão de talentos, é preciso ficar atento ao processo criativo para não realizar algo tendencioso ou preconceituoso. “Como profissionais que colocam mensagens no mundo temos ainda mais responsabilidade. Devemos pensar no que estamos fazendo para ter certeza que não estamos contribuindo negativamente. Toda vez que decisões estão sendo tomadas há essa chance.”
No workshop, Holly fala disso, do funcionamento do cérebro, de o ser humano ser tendencioso e precisar refletir sobre isso. “O cérebro humano categoriza. Pressupostos são feitos na sociedade e isso se traduz em opressão de diferentes grupos. Não estamos dizendo ‘você é racista’, ‘você é sexista’. Mas que, mesmo sem querer, podemos criar cultura e um ambiente em que pessoas não se sintam bem-vindas. Ter consciência disso é importante”.
Além de mostrar o problema, o workshop ajuda as pessoas a entenderem como desacelerar e prestar mais atenção. Após um brainstorm, quem quiser pode levar o tema adiante localmente, fazendo parte de uma comunidade de cultura de inclusão e compartilhando o que está sendo feito na agência globalmente. “Podemos tentar entender o comportamento do consumidor e a nós mesmos. E podemos refletir sobre quais são os pressupostos automáticos que estamos fazendo sem talvez perceber. Outra coisa é ser corajoso para falar se vir algo que pode ser ruim para o negócio ou que pode contribuir para alguém se sentir excluído. São pequenas ações”, afirma.
Outro ponto é que não há um foco em um tipo de preconceito, mas na cultura de forma abrangente para aprender sobre todos. “É um trabalho e aprendizado contínuo, nunca para. Queremos que as pessoas estejam conscientes e assertivas na diversidade e inclusão. Tem muito poder no trabalho que fazemos.”