Nesta primeira edição de 2016 do nosso PROPMARK, impossível deixar de falar sobre o novo ano que se inicia. Não sei você, mas ano novo, para mim, é novo mesmo. Não é um simples virar de calendário, não é apenas mais um dia, de um novo mês, de um novo ano. É um momento precedido de uma profunda reflexão, quando fazemos um balanço do ano que passou.
O que fizemos, metas batidas ou não, vitórias e derrotas, aprendizados, enfim… Depois de olhar para trás, miramos os novos 365 dias (neste 2016, serão 366, por conta do ano bissexto) que temos pela frente.
Planos são feitos, metas são estabelecidas e abre-se um novo cenário para nossas batalhas diárias. É claro que a conjuntura sociopolítica e econômica conta, e muito, e o que se apregoa é um ano desalentador.
Mas eu acredito muito nos planos e ações que praticamente independem dos fatores externos da macroeconomia. Conhecido o tabuleiro e as peças do nosso jogo para o ano que se apresenta, é hora de mexer as peças. E é aí que vale pensar no ano novo como um momento realmente novo, merecedor de novas estratégias, de desconstrução de paradigmas.
É a justificativa ideal para chamar todo o time para repensar processos e estabelecer novas regras do jogo. A necessidade é a mãe da invenção, diz o ditado. Então é hora de “inventar” novas formas de atuação, de criar condições para a sustentabilidade dos nossos negócios.
No fim do ano passado, tive a preciosa oportunidade de estar envolvido num processo de revisão de conceitos e busca de novos caminhos para agências de propaganda.
Refiro-me ao Design Thinking Propaganda, criado e coordenado pela Fenapro e organizado por Sinapros. Foram quatro encontros, envolvendo mais de 100 agências, localizadas em regiões diferentes do Brasil. Tivemos uma sessão no Rio, depois em São Paulo, em Recife – reunindo agências do Norte e do Nordeste – e finalmente em Belo Horizonte.
A questão colocada para os publicitários (donos e diretores de agências) presentes aos encontros era sempre a mesma: “Como garantir sustentabilidade de uma agência de propaganda hoje e nos próximos anos?”. Esse repensar coletivo gerou conceitos e insights, alguns bem inovadores, outros nem tanto.
Mas o mais importante foi a reflexão e a possibilidade de contar com um processo colaborativo para enxergar novas possibilidades. Algumas agências participantes partiram para a ação quase que imediatamente, revendo processos e criando novas frentes de atuação. E os resultados começam a aparecer.
Esse foi um processo de grande espectro, gerando um estudo de âmbito nacional (a apresentação final pode ser acessada no site fenapro.org.br), mas que tal se apoiar nesse exemplo para promover uma reflexão e um processo de geração de novas ideias aí na sua empresa? Pode ser o Design Thinking ou um simples brainstorming.
O importante é acreditar nas novas ideias para superar as adversidades. E não ter medo de mudar, se o que for gerado demonstrar minimamente algum potencial e viabilidade. É só prototipar e testar. Se não der o resultado esperado, tente mudar novamente, outra vez e outra vez…
Nesses tempos de novidades constantes, a única certeza que podemos ter é a de que teremos de pensar em mudanças, em formas novas, o tempo todo. Viver em Beta constantemente.
Não é confortável, é verdade, mas esta é a única forma de se manter competitivo e sustentável. Como o próprio relatório final do Design Thinking Propaganda mostrou, não se trata de partir necessariamente para uma implosão absoluta do modelo atual, mas para uma evolução contínua.
No fim do ano passado, minha mensagem aos colegas e amigos foi “Que não te faltem as boas ideias”. Em tempos bicudos como os que nos esperam, o que há de mais valioso é uma boa ideia. E, é claro, a coragem e a determinação para colocá-la em prática, seja para um cliente, seja para sua carreira ou o próprio negócio.
Então, feliz boa ideia pra você!
Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda)