A CIE (Corporación Interamericana de Entretenimento) fechou a venda das suas atividades empresariais no mercado brasileiro no final da semana passada. O líder da operação é o empresário Fernando Altério, que era sócio do grupo mexicano em 15%, com a participação do Gávea Investimentos, do banqueiro Armínio Fraga Neto e ex-presidente do Banco Central, e, talvez, do empresário Nizan Guanaes, presidente da Africa e um dos principais acionistas das holdings Ypy e B/Ypy. O valor do negócio pode girar em torno de R$ 350 milhões. Especialistas em cálculos acreditam que o valor pode ser até maior mas é coerente com o Ebtida (lucro antes do pagamento de impostos) da CIE no Brasil que em 2006 foi de aproximadamente R$ 40 milhões. No final dos anos 90, Altério vendeu parte na Stage para o CIE. Em 2001 o grupo mexicano ficou com cerca de 90% da operação no País. Nessa ocasião, os sócios Nizan Guanaes e Luciano Nogueira Neto, por exemplo, deixaram suas respectivas participações e a gestão ficou dividida entre Altério e executivos mexicanos da CIE. Mais tarde Altério ampliou participação para 15%. A informação não é confirmada oficialmente, mas Fernando Altério permanece à frente como principal executivo do negócio. Seu contrato para comandar a operação brasileira da CIE, segundo fontes, era até 2011. Ele também costurou as alianças para a compra da CIE Brasil. Uma das primeiras mudanças no dia-a-dia da nova empresa, cujo novo nome ainda não está definido, é o retorno de Luciano Nogueira Neto, braço direito de Altério e ex-proprietário da casa de shows Palace, atualmente Citibank Hall. Na verdade, a atividade de named right era um dos principais negócios da CIE no Brasil. O Credicard Hall, por exemplo, é um dos símbolos dessa atividade. O contrato com o Credicard vence em 2010 e as discussões para renovação ainda não foram iniciadas, mas não deverão ser fáceis. Quando o contrato foi assinado, o Credicard tinha como sócios o Citibank, Unibanco e Itaú. Hoje a marca está com o Citibank. Outro named right conhecido e que virou case é o do Teatro Abril. Seus musicais vivem lotados como o atual “Fantasma da Ópera” assim como os antecessores “Chicago”, “Les Misérables” e a “A Bela e a Fera”. O Credicard Hall, que exigiu US$ 30 milhões de investimentos para ser erguido, já exibiu mais de 100 espetáculos nacionais e internacionais entre os quais The Wailers, Lou Reed, Jethro Tull, Gilberto Gil, Echo & Bunnymen’s, e Creedence Cleawater Revival. Se o nome do empresário Nizan Guanaes estiver entre os novos acionistas, é mais um negócio que ele divide com Altério. A Vicar, empresa que organiza a Stock Car, une Altério e Guanaes.
Paulo Macedo