As emissoras de rádio faturaram no último ano cerca de R$ 1,67 bilhão e criaram aproximadamente 3 mil empregos diretos e indiretos. O dado é da pesquisa “Perfil sócio-econômico do setor de rádio no Brasil”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentada nesta terça-feira (23), em Brasília.  O estudo é o maior já feito no setor, e traz números bem acima aos das pesquisas já realizadas no mercado.
 
O estudo encomendado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) revela que a venda de espaço publicitário rendeu ao setor R$ 1,4 bilhão, o que representa 89,2% do faturamentio total. O levantamento da FGV tem como base dados de 917 emissoras – um terço do total de rádios cadastradas pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações.
 
Para o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero, o estudo impulsionará ainda mais o mercado publicitário nesse setor, que já representa 0,49% do PIB brasileiro. “O primeiro passo será ressaltar o verdadeiro contexto do meio Rádio, cuja participação com anúncios entre os demais veículos passou de 4,3% para 7,5%”, afirma.

Os principais anunciantes são o comércio varejista (45%), telecomunicações (8,2%) e o ramo de perfumaria e farmácia (7%). As três esferas de governo somam 17,8%. 
 
De acordo com o trabalho, as emissoras comprometem a maior parte de sua receita com custeio, pagamento de impostos e de salários (62,9%). As rádios AM reservam sete vezes mais espaço para a música nacional (21,1%) do que para a estrangeira e ocupam 41,7% de seu tempo com programas informativos (jornalismo e variedades). Nas emissoras FM, a música nacional também predomina, com 37,5%.
 
O estudo mostra também que 43,2% da mão-de-obra empregada pelo setor têm entre o ensino médio completo e o superior completo. E ainda que a melhor remuneração concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, em rádios AM. A pesquisa desenvolvida entre março e agosto foi apresentada pelo coordenador de projetos da FGV, Márcio Lago Couto. No final de outubro, será divulgada a segunda etapa do trabalho, com dados sobre o setor de televisão aberta.

Por Daniela Dahrouge